A prisão foi efetuada pela Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher. Conforme a explicação da investigadora responsável pelo caso, Amanda Menuci, a vítima era uma fiel frequentadora da igreja A Casa. Após a denúncia do crime, ele havia renunciado à presidência da igreja. No entanto, voltou a exercer a atividade.
Davi está afastado de forma definitiva de A Casa desde dezembro e abriu outra igreja chamada A Porta. Ele foi preso quando chegava ao local para um culto.
Passamani prestou depoimento sobre o caso da fiel em fevereiro e ficou em silêncio. Àquela época, ele havia pedido renúncia da igreja e não representava perigo. “Mas a PCGO teve conhecimento de que ele voltou a exercer as atividades religiosas, meio pelo qual ele cometia os crimes. A representação da prisão foi pedida em março, para proteger novas vítimas, já que ele praticava os crimes por meio da igreja”, contou Amanda.
Conhecido nacionalmente, Passamani concorreu ao Grammy Latino 2023 pelo álbum Novo Tempo, da banda Casa Worship, formada dentro da igreja dele. A música desse álbum “A Casa É Sua” teve 90 milhões de streams no Spotify, se tornando a canção gospel mais executada da plataforma no Brasil em 2022.
Investigações por crimes sexuais
O pastor é alvo de acusações de importunação sexual. Em um caso, divulgado em dezembro do ano passado, uma mulher denunciou que o pastor ligou para ela por chamada de vídeo e mostrou o pênis.
Segundo a investigadora à frente do caso, o pastor usava a religião para se aproximar das vítimas. Neste caso, especialmente, a vítima havia feita confidências ao religioso e relatado problemas conjugais.
“Ela havia confidenciado isso ao pastor. As conversas ocorreram a partir das redes sociais, com abordagens bíblicas, e, em seguida, ele narrava contos sexuais, pedia para a vítima se tocar”, detalhou a delegada.
Três ex-membros da igreja A Casa denunciaram Davi por assédio ou importunação sexual desde 2020. Ele fez acordo com o Ministério Público em um dos casos e foi condenado à indenização de R$ 50 mil em outro. Um terceiro caso é investigado pela Polícia Civil.
Em março, a ex-esposa do pastor o denunciou por violência psicológica, pois ele estaria enviando mensagens insistentes, indo nos locais onde a vítima frequenta e fazendo calúnias contra ela e os atuais líderes da igreja.
Outro lado
Leandro Silva, advogado do pastor, alega que o inquérito da Polícia Civil, por suspeita de assédio, tem lacunas e que a prisão de Davi Passamani não passa de uma “conspiração para destruição de sua imagem e investida ilegítima de seu patrimônio”.
“A defesa desconhece qualquer ordem judicial que o impeça de qualquer prática religiosa, e ele não descumpriu nenhuma ordem judicial. Providências serão tomadas para a retomada de sua liberdade”, completou a defesa do pastor.
Confira a nota completa:
“A autoridade policial informou verbalmente a este advogado que o motivo da prisão seria o fato de Davi Passamani estar presente em louvores e isso representa risco à sociedade de ocorrência de possíveis novas vítimas de assédio. Indagada se era somente isso, ela disse que sim. Porém, se negou a entregar a cópia da decisão judicial que fundamentou a prisão, embora tenha certificado sua negativa.
Está prisão, segundo a delegada, está relacionada ao inquérito policial inaugurado no final do ano de 2023 por suspeita de assédio, porém, embora esgotado o prazo de 30 dias para a conclusão dele, a autoridade policial foi omissa e não o concluiu, provavelmente, aguardando o momento oportuno para o espetáculo público. A defesa qualifica as informações contidas nesse inquérito de vazias, lacunosas e genéricas.
Ressalte-se que Davi Passamani nunca foi condenado criminalmente por tipo penal de assédio sexual e a defesa nega tais acusações. Reafirma-se, mais uma vez, que tudo não passa de uma conspiração para destruição de sua imagem e investida ilegítima de seu patrimônio, ruína financeira, bem como o impedimento de qualquer prática religiosa. No momento estratégico adequado, seus conspiradores, todos eles, serão representados e seus nomes divulgados.
A defesa desconhece qualquer ordem judicial que o impeça de qualquer prática religiosa e ele não descumpriu nenhuma ordem judicial. Providências serão tomadas para a retomada de sua liberdade.”