O estado do Acre teve um aumento no número de conflitos de terras no ano de 2023, é isto que aponta o relatório “Conflitos no Campo Brasil 2023”, divulgado através da Pastoral da Terra.
Ao todo, foram registrados 84 casos, atingindo assim 8.656 famílias, superando os 60 conflitos e 8 mil afetados no período de análise anterior. Ainda segundo a pesquisa, 2.203 situações do gênero ocorreram, sendo 1.034 apenas nos estados que compreendem a Amazônia Legal. O fato chama atenção pois todos os conflitos agrários no estado foram relativos exclusivamente à terras.
Este tipo de confronto também lidera as estatísticas da pesquisa, sendo a maioria na Amazônia, com 883 registros, seguidos por conflitos por água, sendo 95 casos. Além disso, 54 ocorrências de trabalho análogo a escravidão foram catalogadas, findando no resgate de 250 pessoas.
A tendência apontada pelas últimas pesquisas é preocupante, já que o registro ocupa o terceiro lugar entre os maiores desde que os levantamentos começaram a serem feitos. O ano em que mais casos foram registrados na Amazônia Legal foi 2020, com 1.167, seguido por 2022, com 1.117. A região norte do país ficou em primeiro lugar no levantamento de dados, com 810 ocorrências.
A tríplice fronteira, entre os estados do Acre, Amazonas e Rondônia também tem seu destaque, contando com 32 cidades e 200 conflitos, com oito mortes registradas, indicando um aumento da violência na região.
Entre os mais afetados, 26,4% eram pequenos proprietários, 24,7% indígenas, 18% trabalhadores sem-terra, 14% posseiros e 5% seringueiros, totalizando 88,1% dos casos. Já entre os responsáveis pelas ocorrências, 54,4% são fazendeiros.