Anitta usou um rede social para abrir o coração após receber diversos ataques por ser uma seguidora do candomblé. A artista divulgou fotos de sua religião no Instagram e perdeu seguidores, mas tudo se intensificou após ela divulgar o clipe de Aceita, nessa terça (14/5).
“Compartilhar desinformação, piadas e histórias fictícias da Santeria é racismo religioso. Os iorubás, orixás, seus ensinamentos e seu povo merecem respeito como qualquer outra religião. Como todos os outros que estão presentes no meu vídeo”, começou a artista na legenda de uma foto.
Ela contou ainda que muitas pessoas que conhece sofrem com a intolerância religiosa. “Quantos amigos me ligaram em particular quando postei meu vídeo para dizer que essa é a fé deles, mas não têm coragem de ensinar sua religião por causa do que as pessoas inventam. E eu não entendi, mas agora vejo o nível de preconceito de muita gente.”
A cantora explicou ainda que “o iorubá vem da cultura africana e tem como principal característica exaltar a natureza (e não ‘fazer rituais para amarrar o namorado’)” e que as pessoas saberiam mais sobre o assunto com uma simples pesquisa na Internet.
Além disso, citou as raízes de matriz africana e lembrou como muitas pessoas foram escravizadas porque seguiam essa fé. Algumas sendo torturadas e mortas. “Quer dizer… matar e torturar pode… rezar aos orixás, não”, alfinetou a artista.
Ela pontuou que ainda existe muito preconceito e que as pessoas que seguem a mesma fé sofrem de diferentes formas. “Hoje menos, mas ainda sofrem ataques em seus templos e ofensas nas ruas. Acredito em Deus, Jesus, orixás e outros. E na minha vida pratico muito mais seus ensinamentos do que pessoas que humilham os outros nas redes sociais”, finalizou Anitta.
Saiba como começou a trajetória de Anitta no Candomblé
A história de Anitta com o Candomblé, retratada no clipe Aceita, que será lançado nesta terça-feira (14/5), é antiga. Em julho de 2013, há mais de 10 anos, três meses depois do estouro com o Show das Poderosas, ela esteve no terreiro do pai de santo Sérgio Pina, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para agradecer o sucesso alcançado. Porém, ela teve contato com a religião desde a infância. A informação é do jornal Extra.
Em 2020, no X (antigo Twitter), Anitta contou um pouco mais sobre sua história com a religião de matriz africana. A cantora conheceu a religião por influência do pai, Mauro, ainda na infância.”Foi passando de pai para filho por anos e anos, lá em Minas Gerais ainda”, explicou a artista. A mãe, Miriam, apresentou o catolicismo para ela.
“Sempre frequentei os dois até me identificar mais com o Candomblé e seguir me dedicando o quanto posso dentro da minha rotina. Mas tenho curiosidade, respeito e admiração por todas as religiões e gostaria que todos também tivessem com a minha”, pediu à época.
Anitta após polêmica sobre música com Candomblé: “Não me importo mais”
Anitta se manifestou após perder mais de 100 mil seguidores no Instagram, por conta de um carrossel de fotos sobre o Candomblé, sua religião. Em vídeo, a Poderosa disse não se importar com a situação e que não julga as pessoas que deixaram de acompanhar a rede social.
“Quando eu vejo as pessoas falando ‘sai fora, tá repreendido’ (…) Não consigo ter raiva, não consigo julgar essas pessoas. Acho que cada um reflete aquilo que aprendeu, aquilo que tem medo, o que tá vibrando no momento”, declarou.
diferente. “Todo mundo tem fases na vida em que não foi um ser humano tão incrível assim, então não consigo ver os xingamentos e ter raiva. Não mais, um dia já tive. O que consigo é continuar fazendo coisas que acredito que possam influenciar pessoas a serem mais, buscar uma evolução”, completou.
Sobre a perda de seguidores, Anitta explicou que não se importa com um número menor de pessoas que a acompanham nas redes. “Quando tenho uma opinião de algo forte, acabo cortando um grande grupo que me acompanha. Mas ficam os bons, ficam ao seu lado quem você verdadeiramente quer. Nesse momento da minha vida estou escolhendo qualidade em vez de quantidade. Hoje procuro relevância e me orgulhar do que estou fazendo, independente se vai ser sucesso ou não”, disse.
A Poderosa contou que está em uma fase da vida e que não tem problema em fazer show para um menor público. “Está tudo bem, faço feliz. Com exatamente o tipo de música e o estilo que quero fazer. Houve uma fase em que valorizei muito o material, a quantidade, o tamanho, ser a mais bombada, a mais falada, a número um. Hoje estou valorizando estar em paz dentro de mim e ter tempo de praticar a minha espiritualidade”, pontuou.
“Antigamente vivia com a casa cheia, agora conto nos dedos quem eu chamo e o mesmo faço pra minha carreira neste momento. Canto pros poucos e bons que estão afim, e quem não estiver tá tudo bem também”, descreveu.
Ela agradeceu os fãs que estão ao seu lado e explicou que não vai ficar julgando as pessoas que estão a criticando. “Acho que quando a gente morre, não ter porque ter medo. Deixa o amiguinho. Não é da tua conta o que acontece com ele. Pra mim não existe uma verdade, todo mundo tem a sua verdade e gosto de acompanhar todas”, contou.
A artista explicou que vai falar sobre várias religiões na música e que assiste missas pela televisão e reza o terço católico com sua mãe e que se encontra um pouquinho em cada religião.