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Blu-ray de Deus e o Diabo na Terra do Sol tem pronta-entrega liberada

Por Metrópoles

A versão em Blu-ray de Deus e o Diabo na Terra do Sol já pode ser adquirida pelos fãs da obra de Glauber Rocha. O longa, restaurado por Paloma Rocha e Lino Meireles e apresentado em cinemas de diferentes lugares do país, já está disponível para pronta-entrega.

Reprodução

As novidades ficam por conta das 2h extras de filme, além de quatro cards exclusivos e um livro de ensaios com 100 páginas. A compra pode ser feita no site da Versátil Home Video, que coproduziu a mídia física com o Metrópoles Audiovisual.

Pelo Twitter, o cineasta Kleber Mendonça Filho ressaltou a importância da obra no cenário do cinema nacional.

Fernando Brito, curador da Versátil Home Video, explica que esta é uma edição especial limitada. “É um item de colecionador à altura da importância do longa-metragem de Glauber Rocha, tanto para o cinema, quanto para a cultura brasileira em geral”, garante.

Com papéis na restauração e na produção da mídia física, Lino Meireles avalia que esse é “um momento perfeito para a reapresentação deste filme”. Para o produtor, o longa é “o maior de nossa cinematografia” e está em sua melhor versão.

“Vi Deus e o Diabo na Terra do Sol pela primeira vez há 20 anos, quando foi lançado em DVD. E isso gera uma ironia, porque a caixa do DVD dizia ‘Edição Definitiva’, ou algo assim. Conheci Paloma Rocha, décadas depois, e ela mencionou que aquela restauração, do começo do século, tinha limitações de época. Por isso montamos este projeto juntos; a imagem e o som estão diferentes em relação ao DVD original. O novo Blu-ray está fiel à experiência de cinema original da época.”

Lino Meireles

Além disso, Lino Meireles ressalta a experiência de ter um filme em disco, quando os streamings são o principal meio de reprodução. “O modelo das empresas de streaming começou a mostrar falhas. Sem muito aviso prévio, inserem conteúdo e o retiram ‘de cartaz’; além disso, os filmes são desprovidos de material extra.”

Nas telas, o público vai conhecer a história do vaqueiro Manuel (Geraldo Del Rey), que se revolta com a exploração do coronel Moraes e o mata em uma briga. Com jagunços em seu encalço, ele foge com a esposa, Rosa (Yoná Magalhães), e passa a seguir um beato, até que uma reviravolta o leva a um cangaceiro.

Deus e o Diabo na Terra do Sol é lançados nos Estados Unidos

O filme brasileiro Deus e o Diabo na Terra do Sol vai ser lançado nos Estados Unidos em julho. O anúncio foi feito pela Criterion Collection, uma das distribuidoras de filmes mais respeitadas mundialmente.

A produção foi definida como “um escaldante faroeste existencial do Brasil”. Segundo Lino Meireles, cineasta responsável por restaurar o tradicional filme para 4K juntamente com o Metrópoles, a conquista é importante e pode indicar uma mudança de patamar no cinema brasileiro.

“Deus e o Diabo na Terra do Sol é o primeiro filme brasileiro com lançamento solo pela Criterion. Outros filmes foram lançados em coletâneas de cinema mundial. Isso se dá simplesmente pelo número muito pequeno de clássicos brasileiros restaurados e disponíveis em 4K”, afirma ele.

Nova roupagem 

A versão Blu-ray também chega com um novo visual. Para o lançamento, a artista plástica e designer Tati Bond desenvolveu um cartaz exclusivo, inspirado na história de Glauber Rocha. Ao Metrópoles ela revela que traz referências a situações que podem ser encontradas ainda hoje no país.

“O cartaz fala da ambiguidade e estranheza presentes no filme. O lirismo coexiste com a dura e violenta realidade do Brasil profundo de desigualdade”, explica. Na imagem, ela trabalha um pouco da história que pode ser revista em alta definição.

“É um filme de extrema beleza e importância. O cartaz original, feito por Rogério Duarte, é arrebatador! [Mas] tive total liberdade de criação para o novo cartaz e achei um desafio ver o filme novamente e entrar em contato com uma nova percepção do que seria o essencial”, garante a artista.

A escolha por Tati Bond não foi um acaso. Lino Meireles detalha que conhecia o trabalho da designer e resolveu convidá-la por buscar um olhar feminino sobre a história. “Quanto mais assisto ao filme, mais me interesso pelas duas personagens femininas, Rosa e Dadá, a despeito dos homens que dominavam o poder desta história. Achei que a provocação seria completa com uma artista como ela”, conclui o cineasta.

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