Conhecidos também como ‘vape’, os cigarros eletrônicos ganharam popularidade por serem vendidos como uma alternativa menos prejudicial em relação ao cigarro comum.
Contudo, especialistas têm apontado que o dispositivo eletrônico está associado a doenças e riscos similares aos da versão tradicional, como asma e enfisema pulmonar.
Além disso, a Associação Brasileira do Sono (ABS) indicou, recentemente, que os vapes podem colaborar com mais um problema: noites maldormidas.
Presente tanto no cigarro comum quanto no eletrônico, a nicotina é uma substância psicoestimulante, assim como a cafeína.
Apesar de num primeiro momento causar uma sensação de bem-estar e até relaxamento, num segundo momento, de acordo com a pneumologista e médica do sono da ABS, Jéssica Polese, contribui para deixar o usuário desperto, ligado e até mesmo ansioso, o que acaba resultando na privação do sono.
“O vape tem uma quantidade superior de nicotina, o que acaba potencializando os efeitos dessa substância”, disse Jéssica.
Segundo a ABS, as substâncias presentes na fumaça e nos vapores inalados possuem propriedades inflamatórias, capazes de prejudicar as vias aéreas superiores.
Isso pode levar ao surgimento de tosses frequentes e contribuir para o desenvolvimento de condições como rinite, sinusite e asma.
Além disso, esses efeitos podem colaborar para o agravamento do ronco e da apneia obstrutiva do sono, caracterizada por obstruções parciais ou totais da garganta, resultando em pausas respiratórias curtas.
“Além dos efeitos das substâncias, é comum que pacientes com dependência química, tanto do cigarro comum quanto do eletrônico, acordem durante a noite para fumar”, afirmou Jéssica.
Quando as noites maldormidas se tornam frequentes, outros problemas acabam surgindo. Entre eles, a pneumologista destaca a dificuldade de concentração, o aumento da irritabilidade e até mesmo o agravamento de condições como ansiedade e depressão, especialmente em pacientes predispostas a esses transtornos.
“A privação de sono ainda está relacionada a problemas cardiovasculares, como hipertensão e insuficiência cardíaca. Assim, garantir uma boa qualidade de sono é importante para a saúde tanto física quanto mental”, conclui Jéssica.