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‘Ecce Homo’: conheça a obra perdida de Caravaggio que entrou em exposição no Museu do Prado

Por O Globo

O Museu do Prado, na Espanha, iniciou a exposição de uma obra de Caravaggio que estava perdida e que já é considerada por especialistas como “uma das maiores descobertas da história da arte”. A tela “Ecce Homo” retrata um Jesus ensanguentado usando uma coroa de espinhos pouco antes de sua crucificação. A exposição chamada “Ecce Homo, el Caravaggio perdido” fica em cartaz na instituição de Madri até o dia 23 de fevereiro de 2025.

A obra havia sido erroneamente atribuída a um aluno do pintor espanhol José de Ribera (1951-1962) e chegou a ser colocada à venda por uma casa de leilões de Madrid em abril de 2021, com avaliação inicial de € 1.500 (cerca de R$ 8.400). Mas, poucas horas antes de ir a leilão, o Ministério da Cultura bloqueou a operação sob suspeita de que fosse na verdade um Caravaggio, o que aumentaria exponencialmente o valor da obra.

O quadro, então, foi adquirido por um britânico por € 36 milhões (R$ 200 milhões) — valor considerado baixo para um Caravaggio, mas vale a ressaltar que a peça não pode sair da Espanha. Se pudesse, poderia alcançar um valor por volta de € 150 milhões (R$ 850 milhões). Há somente cerca de 60 pinturas de Caravaggio no mundo, atualmente, incluindo a nova descoberta. Em seu site oficial, o Museu do Prado afirma que a exposição acontece “graças à generosidade” do novo proprietário.

‘Ecce Homo’ de Caravaggio quase foi vendido por engano — Foto: Pierre-Philippe Marcou /AFP

Segundo o Prado, “Ecce Homo” foi pintada por Caravaggio por volta de 1605-09 e fazia parte da coleção particular do rei Filipe IV de Espanha. A tela foi restaurada pelo especialista Andrea Cipriani e sua equipe sob a supervisão de especialistas da Comunidade de Madrid, informa o museu.

“Desde a sua aparição em leilão, há três anos, Ecce Homo representou uma das maiores descobertas da história da arte, alcançando um consenso sem precedentes quanto à sua autenticação”, diz o comunicado publicado no site do museu. “Após uma profunda investigação diagnóstica realizada por Claudio Falcucci, engenheiro nuclear especializado na aplicação de técnicas científicas ao estudo e conservação do património cultural, o restauro foi realizado de forma rigorosa, e cada decisão foi apoiada por uma avaliação exaustiva dos materiais da obra e do histórico de conservação da pintura, reafirmando a atribuição inicial ao mestre italiano”, segue o texto.

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