Centenas de fãs se reúnem nesta quarta-feira (1º) no autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Imola, na Itália, para homenagear Ayrton Senna, que morreu há 30 anos, no local.
O principal ponto de encontro dos admiradores é a estátua do piloto, a algumas dezenas metros da curva Tamburello, onde ocorreu o acidente que vitimou o tricampeão mundial de Fórmula 1. O CEO da categoria, Stefano Domenicali, também compareceu ao local.
Desde que foi inaugurada, a estátua de Senna é um ponto de peregrinação para fãs do automobilismo e do ex-piloto, que costumam deixar bandeiras do Brasil e de seus países penduradas no alambrado que separa a pista do Parque das Águas Minerais, que ocupa a parte interna do autódromo.
Nesta quarta, era possível ver bandeiras de Portugal, do Líbano, do Uruguai e até uma bandeira do Corinthians, clube para o qual Senna torcia.
Bandeiras também costumam ser afixadas no alambrado da parte externa da Tamburello, onde ocorreu a batida da Williams de Senna contra o muro, às margens do rio Santerno, que cruza a cidade.
O acidente
No dia 1º de maio de 1994, Senna liderava o GP de San Marino, quando saiu da pista logo após abrir a sétima volta – a segunda em bandeira verde, após um acidente na largada ter obrigado a entrada do Safety Car.
Com o impacto, a mais de 200km/h, um braço da suspensão se soltou e atravessou o capacete de Senna. Ele recebeu os primeiros socorros ainda em pista, pela equipe do médico Sid Watkins, seu amigo pessoal.
Senna chegou a ser transferido de helicóptero para o Hospital Maggiore de Bolonha, onde teve a morte atestada poucas horas depois.
O fim de semana daquele GP foi marcado por tragédias. No sábado, o austríaco Roland Ratzenberger havia morrido após perder o controle de sua Simtek. Na sexta, Rubens Barrichello também havia sido levado ao hospital depois de uma violenta colisão depois que seu carro levantou voo na Variante Bassa. E, finalmente, no próprio domingo, um pneu mal colocado no carro de Michele Alboreto se desprendeu, deixando mecânicos feridos.
Causas
As causas do acidente são alvo de discussões até os dias de hoje. Uma investigação da promotoria italiana apontou que uma solda improvisada na barra de direção da Williams de Senna quebrou devido à fadiga do metal, fazendo o piloto perder o controle do carro.
Antes da prova, Senna havia pedido mudanças na posição do volante, para que suas mãos não raspassem na extremidade do cockpit.
A versão da promotoria coloca a responsabilidade do acidente sob mecânicos e engenheiros ingleses da Williams. Jornalistas britânicos apresentaram uma teoria alternativa, de que peças dos carros de Pedro Lamy e JJ Lehto, que bateram na largada, ficaram presas entre o assoalho do carro de Senna e o asfalto, diminuindo a aderência dos pneus a ponto de o carro não responder ao comando para fazer a curva.
A Tamburello
O local onde Senna ocorreu já era conhecido como uma curva perigosa. Embora fácil de percorrer tecnicamente, qualquer problema mecânico fazia os carros baterem em alta velocidade contra o muro após a pequena área de escape.
Em 1989, Gerhard Berger colidiu sua Ferrari no mesmo ponto da pista e teve de ser retirado do carro em chamas pelos bombeiros do circuito. Dois anos depois, foi a vez de Alboreto se acidentar durante uma sessão de testes.
Após as mortes de 1994, o traçado de Imola sofreu uma série de mudanças visando a segurança. A Tamburello deixou de ser uma curva à esquerda em alta velocidade e passou a ser um esse de baixa.
Estátua de Senna em Imola, na Itália, é ponto de peregrinação de fãs do piloto no aniversário de 30 anos de sua morte — Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters
Fã homenageia Roland Ratzenberger, piloto austríaco morto durante os treinos no GP de San Marino de 1994, em Imola — Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters
Fã que foi prestar homenagem a Ayrton Senna em Imola nos 30 anos da morte do piloto mostra tatuagem em homenagem ao tricampeão — Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters
Fãs da Ayrton Senna percorrem a pista de Imola no aniversário de 30 anos da morte do piloto — Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters
Camiseta onde se lê “Saudades Ayrton” é colocada em alambrado na pista de Imola — Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters
Fãs de Ayrton Senna comparecem ao Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Imola, no aniversário de 30 anos da morte do piloto — Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters
O CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali, comparece à pista de Imola no dia em que se completam 30 anos da morte de Ayrton Senna — Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters
Fãs de Ayrton Senna se reúnem em Imola para lembrar os 30 anos da morte do piloto de Fórmula 1; ao fundo, bandeiras de diferentes países estão afixadas no alambrado — Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters
Estátua de Ayrton Senna em Imola recebe homenagens no aniversário de 30 anos da morte do piloto — Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters