Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, estão entre os 12 denunciados que se tornaram réus pela rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. A rebelião resultou em cinco presos mortos, sendo três deles decapitados. A decisão saiu nesta sexta-feira (03).
Com cinco detentos mortos, um agente penitenciário preso, além de três afastados e 12 mandados de busca efetuados, os dois inquéritos – um para os assassinatos, outro para a participação de servidores na organização do incidente – seguem em aberto até hoje.
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O motim durou quase 24 horas e envolveu mais de 200 profissionais, com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que enviou servidores da Força Nacional para auxiliar na logística de contenção.
26 de julho
Por volta das 11h da quarta-feira, 26 de julho, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) tomou conhecimento de uma possível rebelião instaurada no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro. Treze detentos fizeram um preso, que exercia as funções de faxineiro no Bloco, e um policial penal de reféns, resultando no ferimento do policial com um tiro de raspão no olho.
Os detentos tiveram acesso a um arsenal de quinze armas guardadas dentro de uma sala no presídio. A Sejusp informou que policiais de folga foram convocados para ajudar a conter a rebelião. No primeiro dia de revolta, dois detentos deram entrada no Pronto-Socorro de Rio Branco, encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Um deles foi identificado como Reinaldo de Almeida Silva, de 41 anos, que foi ferido com dois tiros.
Os presos envolvidos na rebelião exigiram a presença do promotor Tales Tranin, da Vara de Execuções Penais, na unidade prisional para negociar o fim da ação dos presos, que resultou em mortes e feridos. Segundo a Sejusp, após a chegada de Tranin, os envolvidos solicitaram também a presença da imprensa acreana.
As negociações avançaram somente no dia seguinte, quinta-feira (27), quando, por volta das 10h, os presos se entregaram e o Bope finalmente conseguiu entrar no presídio. Ao entrar no complexo, a polícia confirmou a morte de cinco pessoas, sendo que três delas foram decapitadas, e a liberação de dois agentes que estavam como reféns.
Os cinco corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML), que precisou fechar a via de acesso ao prédio para receber as vítimas fatais. Os mortos, três deles decapitados enquanto ainda estavam vivos, feridos e imobilizados a tiros, foram:
- Marcos Cunha Lindozo, conhecido como “Dragão”;
- Francisco das Chagas Pereira, conhecido como “Ozim”;
- Lucas de Freitas Murici, conhecido como “Pocoloco”;
- Ricardo Vitorino de Souza, conhecido como “Ricardinho” ou “Anjo da Morte”;
- e Davi Olimpio da Silva, conhecido como “Mendigo”.