Guardiã da estrela altaneira: PM completa 108 neste sábado; conheça a história da corporação

PMAC é considerada uma das instituições fundamentais por suas atividades ostensivas contra o crime, mas também de pacificação das comunidades em todo o estado

Guardiã da estrela altaneira // mantendo a ordem e a segurança // nesta terra de grande esperança // onde a natureza canta. A primeira estrofe da canção da Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC) serve para ilustrar o tamanho da grandeza desta instituição, que neste sábado (25), completa 108 anos de fundação cada vez mais dinâmica, moderna e humanizada.

Policiais militares perfilados em frente ao Quartel Geral; fundação da corporação remete a 1916/Foto: Silva Barbosa/Asscom PMAC

O momento é de pacificação, cidadania e esperança por dias melhores em todos os municípios do estado e o trabalho da Polícia Militar é fundamental neste processo, uma vez que é a corporação mais presente no cotidiano das pessoas.

Seja com ações socioeducativas como o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), seja cuidando da saúde mental, financeira e até espiritual de seus homens e mulheres, ou estando nas ruas em regime de patrulhamento 24 horas, a verdade é que sem ela, a população acreana viveria uma situação de medo, de caos e de insegurança.

Na reportagem, ContilNet traz um panorama sobre a PMAC nos dias de hoje, menciona números significativos no combate ao crime e mostra como ela se modernizou, sobretudo, com o aperfeiçoamento do policiamento comunitário, hoje muito mais eficiente, dispondo de aplicativos que facilitam o trabalho dos policiais, amparando pessoas e garantindo agilidade na conclusão de suas ações.

Polícia Militar em operação na região do município de Acrelândia; combate ao crime é uma constante na instituição/Foto: Dhárcules Pinheiro/Asscom Sejusp

Um fator significativo, por exemplo, foi a redução de 14% no número de mortes violentas intencionais, em 2023 em relação a 2022, graças a um planejamento estratégico de repressão ao crime em todo o estado em conjunto com as demais polícias. No ano passado, foram mais de 9 mil operações realizadas pela corporação e feitas pelo menos 302 mil abordagens, tendo apreendido 525 armas de fogo. A instituição tem hoje na ativa ao menos 2.449 homens e mulheres, entre praças e oficiais.

Afirma o comandante-geral da PMAC, coronel Luciano Dias da Fonseca, que “estamos cumprindo todas as estratégias planejadas para que as pessoas se sintam servidas e protegidas”.

“A valorização dos nossos policiais militares, a modernização dos nossos trabalhos e o respeito pela população são alguns dos pontos que devemos celebrar neste dia tão significativo para nós”, completa Fonseca.

Comandante-geral da PMAC, coronel Luciano Dias da Fonseca/Foto: Marcos Vicentti/Secom

O oficial destaca, por exemplo, que o Policiamento Comunitário foi um dos segmentos da PMAC que mais surtiu efeitos positivos na comunidade, em todo o estado, com o estímulo do próprio gabinete do Comando-Geral.

O entendimento da cúpula da corporação é o de que desde a sua primeira gestão, o governador Gladson Cameli não mediu esforços para aparelhar suas unidades da melhor forma possível, em todo o estado. Tanto que já nos primeiros três anos e seis meses da sua primeira gestão, ao menos 370 veículos, entre automóveis, caminhões, ambulâncias, micro-ônibus, motocicletas e quadriciclos tinham sido adquiridos para as Forças de Segurança, principalmente para a Polícia Militar.

A implantação da Rede de Rádio Digital, na capital e ampliação no interior, aquisição de 805 rádios digitais, a compra de 76 fuzis Rock River italianos, a recuperação das redes de videomonitoramento do interior e a ampliação do Centro Integrado de Operações Aéreas com mais aeronaves, além de investimentos de mais de R$ 12 milhões em tecnologia da informação, com servidores de hiperconvergência, computadores, smartphones, telefones satelitais, drones, radiocomunicação e inteligência, permitiram um salto de qualidade em todas as polícias, com destaque especial para a Polícia Militar.

Homens do Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva, o Giro, em abordagem a pessoas na periferia/Foto: Dhárcules Pinheiro/Ascom Sejusp

“Hoje, temos sistemas que nos permitem mais agilidade nas ocorrências de menor potencial lesivo na periferia, de modo que o boletim de ocorrência pode ser produzido in loco, sem que a equipe tenha que se deslocar até a delegacia”, diz o comandante-geral.

Um desses aplicativos a facilitar a vida do policial militar chama-se Apollo, de tecnologia genuinamente acreana, que permite mais rapidez na identificação de pessoas suspeitas de crimes, por meio do celular, nas ruas de Rio Branco.

Policial Militar checa dados de indivíduo abordado em blitz, por meio do aplicativo Apolo, tecnologia 100% acreana/Foto: Dhárcules Pinheiro/Asscom Sejusp

Faca na Caveira! Bope tem histórico de excelência na defesa da ordem pública

O Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar do Estado do Acre, pode-se orgulhar do serviço de altíssima qualidade que oferece à comunidade acreana. O braço especializado que atua em situações de alto risco tem o reconhecimento irrestrito da sociedade acreana e como tropa que faz jus ao lema que ostenta: ‘Faca na Caveira!’

Homens do Bope em treinamento; tropa de elite da PMAC é uma de melhores do país/Foto: Diego Gurgel/Secom

São mais de três décadas de missões tão diversificadas que vão desde o combate ao narcotráfico a intervenções contra facções, sobretudo quando se necessita prender indivíduos considerados muito perigosos em situações que desafiam o limite da capacidade humana, em selvas densas e esconderijos perigosos.

São muitos os exemplos de êxito da tropa de elite da PMAC e um deles foi o de julho de 2022, período conturbado nas cidades de fronteira, por causa de conflitos entre organizações criminosas que vinham causando muitas mortes entre grupos rivais.

Integrante da PM é promovido a combatente do Bope em Cruzeiro do Sul; seleção é rigorosa/Foto: Júnior Aguiar/Secom

Comandado pelo então tenente-coronel Rômulo Modesto, hoje no posto de coronel, o Bope reforçou as equipes de policiamento da PMAC nas cidades de Brasileia, Epitaciolândia e Assis Brasil. E como resultado das missões, que começaram no dia 13 daquele mês, os municípios deixaram de registrar ocorrências policiais. “Elas simplesmente zeraram no dia seguinte”, lembra Modesto.

Isso foi possível graças ao planejamento estratégico reforçado do Bope, que garantiu ganhos substanciais para os homens e mulheres do 5º Batalhão de Polícia Militar, este último responsável pelos municípios da região do Vale do Alto Acre. O 5º BPM trabalhou em conjunto com o comando especial, na época.

O que é o grupo de elite da PMAC

Com a missão de intervir em situações de crise, a unidade especializada foi criada em 28 de março de 1990, pelo Decreto nº 155 e que se chamava, na época, de Companhia de Operações Especiais (COE). Mas somente em 1996, passou a operar como companhia independente, ainda que com sede provisória no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar. Foi apenas em 1999, que ganhou sede própria.

Com a publicação da Lei nº 2001/2008, regulamentada pela Portaria nº 425/DRHM, de 5 de agosto de 2010, a COE passou a funcionar como Bope, unidade subordinada ao Comando de Policiamento Operacional (CPO 1).

Homens do Bope em solenidade de promoção. Fazer parte da tropa de elite da PMAC é o sonho de muitos policiais militares/Foto: Júnior Aguiar/Secom

O Bope foi criado como grupo empregado em missões especiais e extraordinárias de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, nos limites do território nacional.

Esses homens e mulheres, aprovados por testes altamente rigorosos de aptidão física e mental, são subordinados diretamente ao Comando-Geral da Polícia Militar. Eles atendem a ocorrências de alto risco, fornecendo apoio às guarnições de radiopatrulha, tomando o controle de rebeliões em presídios, em conflitos agrários, no cerco e captura de foragidos do sistema prisional e na resolução tática de crimes com reféns e outros de grande complexidade.

Compõem o Bope cinco companhias. Elas são a Companhia de Operações Especiais, a Companhia de Choque, a CPChoque, a Companhia de Policiamento com Cães, a CPCães, a Companhia de Rondas Ostensivas Tático Móvel, a Rotam e o Grupamento de Intervenções Rápidas e Ostensivas, o Giro.

Mais de 300 mil crianças e adolescentes já passaram pelo Proerd, de resistência às drogas

Entre as ações educativas, uma das mais importantes da Polícia Militar é o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), uma série de atividades lúdico-pedagógicas que permite formar crianças e adolescentes conscientes dos males do tráfico e do consumo de entorpecentes nas comunidades em que eles vivem.

Policiais militares do Proerd em reunião com comunidades indígenas. Meta é implantar em breve o programa nas aldeias do Acre/Foto: Asscom/PMAC

Desde a sua fundação no Acre, em 1999, o Proerd já formou pelo menos 300 mil jovens e agora, se prepara para ampliá-lo às terras indígenas do estado, a pedido das próprias lideranças indígenas, onde notoriamente há um recrudescimento do tráfico de drogas e do aliciamento de jovens para este tipo de crime.

Crianças do Proerd posam com a bandeira do programa e seus instrutores. Ideia é conscientizar crianças e adolescentes para o risco das drogas/Foto: Acervo Proerd

Banda Gloriosa é parceira do Programa Acre Pela Vida

Atento à voz do cabo José Dourado, o menino Marcos Guilherme dos Santos, de 11 anos, estudante do 6º ano do ensino fundamental, esperava ansiosamente pela primeira oportunidade de participar do concerto da Gloriosa, como é carinhosamente chamada a banda de música da PMAC no show de talentos.

“Alguém se habilita?”, perguntou o militar, convidando a criançada a cantar ou a tocar algum instrumento. Não demorou três segundos para que Marcos Guilherme levantasse do chão da quadra para se posicionar diante da bateria, sentado no banquinho e empunhando as baquetas para puxar Another Brick in The Wall, da banda Pink Floyd.

Estudante Marcos Guilherme se apresenta na bateria: ele estuda o instrumento com o pastor de sua igreja e quer entrar para a Banda Mirim da PM/Foto: Dhárcules Pinheiro/Asscom Sejusp

É sempre assim, nesse ambiente de felicidade, como recentemente ocorreu na escola Edmundo Pinto de Almeida Neto, na Vila do Incra, a 28 quilômetros de Rio Branco, em Porto Acre, que a corporação oferece sua parcela de contribuição ao programa Acre pela Vida, tocado por técnicos da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado do Acre e por entidades públicas parceiras como é a PMAC.

Para o policiamento da PMAC na Vila do Incra, a interação com as crianças, ao mesmo tempo em que são oferecidos serviços importantes para suas famílias, orgulha toda a comunidade e repassa um sentimento de que eles não estão sozinhos. O braço amigo do poder público permite que as pessoas se sintam confiantes, que entendam que não estão desamparadas.

Maria da Penha: programa itinerante atende mulheres vítimas de violência nos bairros

Uma importante ferramenta de reforço no combate à violência contra as mulheres foi lançada em 2021 e está em andamento até hoje. Trata-se da Patrulha Maria da Penha Itinerante, também da PMAC, que leva atendimento psicológico, jurídico e social até as comunidades, sobretudo aquelas mais vulneráveis, localizadas na periferia da capital e no interior do estado.

Uma equipe com psicólogos e militares da Coordenadoria da Patrulha Maria da Penha percorre, a cada 15 dias, locais de grande movimentação, sejam próximos a centros de saúde, em centros comunitários ou em praças públicas, com um ônibus próprio para ouvir mulheres vítimas de violência doméstica e ampará-las com esclarecimento sobre direitos.

Mulher é orientada por policial militar integrante do Programa Maria da Penha, em uma edição itinerante no Bairro Taquari/Foto: José Caminha/Secom

A ideia é dar acesso a vítimas que muitas vezes sequer sabem como proceder para deixar de ser maltratadas por seus companheiros. Ou têm medo de sair de casa para procurar ajuda.

Conforme o programa, mais de 3 mil mulheres já foram atendidas pela Patrulha Maria da Penha desde a sua fundação, tendo sido gerados mais de 6.500 procedimentos.

Ônibus do Programa Maria da Penha Itinerante estacionado na periferia de Rio Branco. Objetivo é aproximar mulheres vítimas de violência aos seus direitos/Foto: José Caminha/Secom

No Brasil, denúncias de violência podem ser feitas de todo o país, gratuitamente, de qualquer telefone fixo ou celular, pelo número 180. Os dias de atendimento são de segunda a sexta-feira, exceto nos feriados. Mas há ainda o 190 do Centro Integrado de Comando e Controle, que opera em regime de 24 horas sem distinção de feriados ou fins de semana.

Corporação chamava-se Força Policial do Território do Acre

A Polícia Militar do Acre foi fundada em 1963, com a promulgação da primeira Constituição Estadual do Acre. No entanto, sua origem remete ao ano de 1916, quando as primeiras companhias regionais já faziam a segurança do então Território do Acre.

Imagem da antiga Guarda Territorial perfilada em frente ao Quartel da Polícia Militar, nos idos de 1960/Foto: Acervo da PMAC

Em 1921, ganhou a nomenclatura de Força Policial do Território do Acre. Entre os anos de 1945 e 1963, foi denominada Guarda Territorial do Acre. A instituição passou por mudanças significativas durante mais de um século.

Hoje, conta com oito batalhões operacionais – sendo três na capital e cinco no interior – e três batalhões especializados: o Batalhão de Policiamento Ambiental, o Batalhão de Policiamento de Trânsito e o Bope. Cada um dos cinco batalhões do interior é subdividido em companhias, que são responsáveis pelo policiamento nos municípios.

Tropa em solenidade em frente ao Quartel Geral, na década de 1980/Foto: Acervo PMAC

A PMAC conta ainda com seis diretorias, entre elas a Diretoria Operacional, que possui sete subdivisões, entre elas a Coordenadoria da Patrulha Maria da Penha e a Coordenadoria de Policiamento Comunitário e Direitos Humanos.

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