Há 32 anos, numa madrugada de domingo do dia 17 de maio, em São Paulo, o governador Edmundo Pinto era assassinado a tiros, num quarto do Hotel Della Volpe Gardem, no centro da Capital paulista, aos 39 anos. Na época, aventou-se que o governador, assassinado antes de completar a metade de seus quatro anos de mandato, foi vítima de uma conspiração política, mas a Polícia Civil paulista, que conduziu as investigações do assassinato, concluiu que o govenador fora vítima de um assalto praticado por bandidos comuns, os quais teriam conseguido cópia da chave do apartamento em que ele dormia, o de número 704, e entraram no ambiente.
Três homens chegaram a ser presos, foram condenados, mas desapareceram ao longo da história.
Edmundo Pinto estava hospedado no centro da Capital paulista, acompanhado de assessores, entre eles o então chefe da Casa Civil, Luis Carlos Piestchman, hoje um grande empresário que atua no ramo da construção civil em Brasilia e que já exerceu mandato de deputado federal pelo Distrito Federal. Além do chefe da Casa Civil, também acompanhava o governador na época o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), deputado Ilson Ribeiro, já falecido.
O vice-governdor de Edmundo Pinto, Romildo Magalhães, também não se encontrava no Acre. Estava em Manaus (AM), fazendo exames médicos, ele justificou depois. No exercício do governo na época estava a desembargadora Miracele Lopes Borges, então presidente do Tribunal de Justiça.
O laudo cadavérico do corpo do governador revelou que, além dos tiros que o mataram, Edmundo Pinto chegou a ser espancado a murros e teve um dente quebrado. Suas unhas também tinham pele de seus algozes, num sinal de que ele tentou se defender lutando contra seus matadores. Isso reforça a ideia de que, na verdade, Edmundo Pito abrira a porta do apartamento para alguém que ele conhecia. Seu ajudante de ordens, o então capitão PM ,Marcus Wisman, que dormia num apartamento ao lado, disse, no curso das investigações, que não ouviu nenhum barulho vindo do quarto onde estava o governador, justificando que costumava dormir com o volume do som da televisão bem alto.
Depois de 32 anos, a família do governador, a viúva Fátima Almeida, os filhos Rodrigo, Pedro e Nuana, que eram crianças na época do crime, que sempre defendeu que Edmundo Pinto fora vitima de um crime de caráter político, aos poucos se refez e já não busca mais a reabertura do caso. Rodrigo Almeida, que adotou o nome e sobrenome do pai, chegou a exercer mandato de vereador em Rio Branco mas, decepcionado com a política, retirou-se da vida pública e saiu inclusive do Brasil. Mora em Dubai, nos Emirados Arabes, onde trabalha como instrutorde artes marciais.
Como é praxe a todo aniversário de morte de seu pai, embora não queira mais falar sobre o caso, ele repostou, em suas redes sociais, um comentário sobre o pai. “Quero deixar bem claro: desde sua morte eu sempre prestei meus respeitos, hoje completam 32 anos, sem que nenhum ano passasse em branco e farei isso até o meu último suspiro”, disse.