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Jornalista diz que modificaram foto de Irineu Serra e dispara: ‘Usurpado e transfigurado’

Por Redação ContilNet

Em um post nas redes sociais, publicado na quinta-feira (30), o jornalista acreano Altino Machado, aproveitou o TBT, livremente traduzida para ‘quinta-feira da lembrança’, tag utilizada na internet para publicar fotos antigas, para trazer a tona um fato importante sobre a vida do mestre Raimundo Irineu Serra, líder e fundador da doutrina Santo Daime, apontada como a primeira e única religião eminentemente brasileira.

Foto utilizada pelo jornalista para comprovar a alteração na imagem do mestre Irineu/Foto: Reprodução

Segundo Altino, ao longo dos anos, ensinamentos da doutrina e até mesmo as imagens do mestre Irineu foram ‘usurpados e transfigurados’.

“Alguém se apropriou da imagem e fez retoques e alterações esdrúxulas para a época e para o próprio mestre, considerando o seu contexto de vida. Os cabelos foram pintados de branco, pespegaram sobrancelhas, bigode e até mesmo um cavanhaque de pelos igualmente alvos”, escreveu o jornalista.

Altino revela ainda a reação da viúva de Irineu Serra, dona Peregrina Gomes, ao ver a foto do marido.

“Acaba que esse daí não é o meu velho. Ele nunca usou barba ou cavanhaque. Ele tinha barba, mas tirava todo final de semana. Nunca deixava crescer”, teria dito a viúva.

A história do mestre

Raimundo Irineu Serra, nascido em São Vicente Ferrer, no Maranhão, em 15 de dezembro de 1892, ficou conhecido no Acre como como “Mestre Irineu” ou “Mestre Juramidam”, por liderar uma comunidade religiosa cuja doutrina se espalhou por toda a região amazônica, chegou ao centro sul do país e hoje tem ramificações inclusive internacionais.

Nordestino, Raimundo Irineu Serra, um homem de aproximadamente 2 metros de altura, uma compleição física bem diferente do padrão dos nordestino/acreanos comuns, foi mais um dos inúmeros migrantes que buscaram riqueza no território amazônico, no início do Século XX, no segundo ciclo econômico de exploração da borracha. atuando como seringueiro em Xapuri, Brasileia e Sena Madureira.

Nos municípios por onde passou, criou algum tipo de convivência com índios e seringueiros. Depois, quando passou a se dedicar à coleta da seringa para a confecção da borracha, a relação com os povos nativos se aprofundou e ele então passou a ter conhecimento da bebida a qual os índios a apontavam como sagrada, a Ayahuasca, em língua provavelmente quéchua, falada no vizinho território peruana, e mais tarde batizada por Serra como “Santo Daime”.

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