Mesmo depois de dar à luz quatro filhos, a inglesa Jade Williams, de 31 anos, só descobriu ter dois úteros ao investigar as razões dos sangramentos intensos que tinha durante o período menstrual.
Jade vinha se queixando há anos do fluxo intenso que a obrigava a trocar de absorvente até 30 vezes em um só dia, mas foi informada por médicos de que era normal para algumas mulheres. Por mais que ela insistisse, sempre recebia a indicação de tentar contraceptivos para controlar os sangramentos, o que não era efetivo.
Em outubro de 2023, porém, exames de rotina apontaram que ela tinha nove nódulos no útero que poderiam se tornar lesões cancerosas. Os médicos fizeram uma cirurgia exploratória (uma espécie de biópsia aberta para buscar outras possíveis lesões), e notaram a presença do segundo útero.
Por ser atrofiado, ele se escondia ao lado do órgão principal e não tinha sido observado anteriormente em nenhum exame que Jade fez durante suas gestações.
O que é o útero duplo?
Na prática, a presença dos dois úteros (útero didelfo) costuma ser apenas uma divisão extra da cavidade uterina durante o processo de formação fetal. O quadro acontece com cerca de 0,03% das mulheres em diversas formas, podendo levar inclusive à formação de duas vaginas.
A formação dessa parede não costuma afetar a fertilidade da paciente, pois em geral cada útero possui uma trompa de Falópio e um ovário. Para controlar os sangramentos intensos que mantinham Jade indisposta, foi implantado um DIU hormonal que ajudou a controlar o fluxo.
“Como o sangramento foi controlado, pude voltar ao trabalho e poderei usar shorts e vestidos pela primeira vez neste verão”, afirma ela em entrevista ao Daily Mail. “É importante que as mulheres tenham acesso a exames que as ajudem a entender os problemas de saúde que estão enfrentando. Fui vítima de negligência”, conclui.