Nesse especial do Dia das Mães, o ContilNet foi até a Associação Família Azul do Acre (AFAC), em Rio Branco, para ouvir histórias de mulheres que precisaram lidar com a aceitação, dores, luta e coragem pelo tratamento de seus filhos.
A maternidade atípica desafia os padrões tradicionais, rompendo com ideias predefinidas sobre o que significa ser mãe.
Para algumas mulheres, pode envolver a jornada da maternidade solo, adoção, ser mãe de crianças com necessidades especiais, ou enfrentar circunstâncias únicas que fogem do convencional.
Essas mães enfrentam desafios distintos, mas também experimentam uma conexão profunda e amor inabalável por seus filhos.
A maternidade atípica é sobre aceitar e abraçar a diversidade de experiências maternas, reconhecendo que não há uma única maneira “certa” de ser mãe. É sobre adaptabilidade, resiliência e amor incondicional, independentemente das circunstâncias.
A servidora pública Clívia Crispim teve a vida completamente mudada com a chegada do Pedro, seu segundo filho, hoje com 10 anos de idade. Após o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), ela entrou com o pedido de redução de carga horária para ter mais tempo para cuidar do filho.
“Meu dia se resume nisso, de manhã nas terapias, a tarde eu vou trabalhar e depois eu procuro fazer alguma atividade física e terapia. Faço acompanhamento para poder dar conta. Muda totalmente a vida da gente com essa dedicação, em ficar 100% dedicada a ele. A gente precisa muito de pessoas que apoiem a gente”.
A psicóloga da AFAC e também mãe atípica, Jessica Brasileiro, lembra que as mães que estão nessa jornada de adaptação precisam de uma rede de apoio firme e de um amparo especial.
“O que eu mais escuto são relatos de mães que estão cansadas. Geralmente são mães solos. Quando não são, tem o marido, mas que acaba sendo solo, que não tem o apoio dele. As mães precisam ser vistas, merecem esse olhar, tem que ser cuidadas”.
A maternidade atípica é ainda mais cheia de percalços quando enfrentada na adolescência. É o caso de Karoliny Ribeiro, que recebeu o diagnóstico do filho, quando ele tinha 13 anos de idade.
“Tivemos o diagnóstico e para mim, foi libertador. Eu descobrir como eu tinha que lidar com meu filho. A adolescência já é difícil. A do autismo é ainda mais pesada. Para gente como mãe e para eles, porque eles estão começando a ver um novo mundo, se descobrindo”.
A AFAC é uma entidade sem fins lucrativos, que há anos atua junto às famílias de pessoas com TEA e tem por finalidade defender os direitos e interesses, apoiar, promover, acolher e incentivar a realização de ações necessárias. Há em média 800 famílias dentre os grupos da Associação.
A presidente da Associação, Heloneida Gama, que também é uma mãe atípica, destacou que atualmente, cerca de 60 crianças utilizam os serviços gratuitos ofertados pela AFAC.
“Há 10 anos eu venho nessa luta pelos direitos das pessoas com deficiência e agora com o Transtorno do Espectro Autista. A gente muda a nossa vida, a nossa rotina. A AFAC tem a missão de defender os direitos. Resolvi montar o espaço para gente acolher sócios e não-sócios, para acolher as mães e os autistas”.
Veja a videorreportagem especial do ContilNet: