O desmatamento geral na Amazônia em 2023, primeiro ano do atual governo do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e gestão da acreana Marina Silva à frente do Ministério do Meio Ambiente Mudanças Climáticas, foi de 62% menos que na comparação com o ano anterior. Este é menor número registrado desde 2018.
Os dados são do monitoramento por imagens de satélite do instituto de pesquisa Imazon, revelados nesta quarta-feira(8). De acordo com o levantamento, em 2022, a área desmatada foi de 10.573 km². Em 2023, esse numero foi de 4.030 km². Apesar da diminuição, a derrubada de vegetação ainda representa cerca de 1,1 mil campos de futebol por dia. As queimadas na região ainda destruíram área maior que o estado do Acre em 2023, registra o Imazon.
A minstra Marina Silva recebeu os novos números afirmando que a queda reflete o governo de Lula de diminuir o desmatamento ano a ano até chega o desmatamento zero até 2030. Disse ainda que a redução reflete o trabalho de aumento na fiscalização e o registros de crimes ambientais. No entanto, o relatório do Imazon, ao tempo que festeja a redução do desmatamento, alerta para um ponto preocupante em 2023 foi a degradação. Em dezembro, enquanto foram desmatados 108 km², outros 1.050 km² foram degradados, quase 10 vezes mais.
Em relação aos estados que mais desmataram em 2023 foram Pará, Amazonas e Mato Grosso, que seguem no topo do ranking. Dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, apenas três registraram aumento na destruição, Roraima, Tocantins e Amapá. O Acre, que ficou na quarta posição em relação ao tamanho do desmatamento por metro quadrado, desmatou apenas 333 km², mas ainda assim ficou à frente de estados como Rondônia e Maranhão em termos de desmatamento. Veja o tamanho das áreas desmatadas por estdos em 2023:
- Pará: 1.228 km²;
- Amazonas: 877 km²;
- Mato Grosso: 864 km²;
- Acre: 333 km²;
- Roraima: 321 km²
- Rondônia: 206 km²;;
- Maranhão: 162 km²;
- Tocantins: 21 km²;
- Amapá: 18 km²
O desmatamento em territórios dos povos originários também apresentou queda de 52% em 2023. Em comparação com o ano anterior, foi a menor área de terras indígenas desmatadas desde 2017. Em 2023, 104 km² foram devastados, o que equivale menos da metade do registrado em 2022, que foi de 217 km².
Apesar da redução, algumas terras indígenas tiveram aumento na destruição. É o caso da comunidade Igarapé Lage, em Rondônia, e Waimiri Atroari, na divisa do Amazonas com Roraima. Ambas tiveram um aumento de 300% no desmatamento. Já as terras Yanomami, tiveram um crescimento de 150% na derrubada.
A maior área destruída em um território indígena em 2023 foi na terra Apyterewa, onde foram desmatados 13 km². Apesar de ocupar o topo do ranking, a comunidade teve uma redução de 85% na devastação em relação a 2022, quando perdeu 88 km² de floresta.
A redução mais impactante foi nas unidades de conservação da Amazônia, onde o desmatamento em 2023 foi o menor registrado em nove anos, desde 2014. Em termos de comparação, em 2022, a devastação de terras indígenas e unidades de conservação correspondeu a uma área de 1.214 km². Em 2023, esse número foi de 282 km², uma redução de 77%.As unidades de conservação são divididas segundo a jurisdição. Nas áreas federais, a redução do desmatamento foi maior, passando de 468 km², em 2022, para 97 km², em 2023. A redução foi de 79%, quase cinco vezes menor.
Nas áreas estaduais, a devastação passou de 746 km², em 2022, para 185 km², em 2023, correspondendo uma queda de 75% menos.