David Sanborn, saxofonista americano que obteve sucesso no pop, no r&b, no rock e no jazz, morreu este domingo, aos 78 anos. “É com o coração triste e pesado que transmitimos a vocês a perda do saxofonista David Sanborn, de renome internacional e seis vezes vencedor do Grammy”, dizia um comunicado em suas contas nas redes sociais. “O senhor Sanborn faleceu na tarde de domingo, 12 de maio, após uma longa batalha contra o câncer de próstata com complicações.”
A morte foi confirmada por um assessor do músico, quando procurado pela CNN. Ele foi diagnosticado com câncer de próstata em 2018, mas continuou se apresentando até recentemente. “Na verdade, ele já tinha shows agendados para 2025”, acrescentou o comunicado.
Embora tenha se o voltado para o jazz mais tradicional em seus álbuns dos últimos anos, David Sanborn estará eternamente ligado àquele saxofone apimentado que sobrevoava bases funky e baladas r&b nos anos 1980. Um tipo de música muito copiado mundo afora e que, para muitos, ficou associado a comerciais de cigarros, lobbys de hotel e elevadores.
Em 2012, Sanborn falou ao GLOBO sobre essa fase de sua carreira, antes de vir ao Brasil para uma série de shows da “Dream Tour”, feita para celebrar os 25 anos daquele que é provavelmente seu maior sucesso: “The dream”, clássico do sax romântico, composto pelo guitarrista Michael Sembello (autor de “Maniac”, grande sucesso da trilha do filme “Flashdance”), que ele lançou no disco “A change of heart”.
— Recentemente, quando voltei a ouvir aquele material antigo para fazer uma retrospectiva, fiquei constrangido com o estilo de produção de algumas faixas — confessou ele. — Algumas técnicas de gravação ficaram muito datadas. Aqueles sintetizadores borbulhantes, aquele monte de eco na caixa da bateria… De qualquer forma, eu adoro aquelas músicas. Tentamos amenizar esses problemas de som quando fizemos a remasterização das faixas para a inclusão na antologia.
Nascido em Tampa, na Flórida, David Sanborn cresceu no Missouri. Ele começou a tocar saxofone como parte de sua recuperação depois de contrair poliomielite aos três anos. Aos 14 anos, ele já tocava com lendas do blues, como Albert King e Little Milton.Ele estudou música na Northwestern University antes de se transferir para a Universidade de Iowa, onde tocou e estudou com o grande saxofonista JR Monterose.”
Sanborn juntou-se à Butterfield Blues Band e tocou em Woodstock com Paul Butterfield. Sua carreira decolou e o saxofonista fez uma turnê com Stevie Wonder, gravando com ele no álbum “Talking Book” (1972), tocando com os Rolling Stones e fazendo turnê com David Bowie – para quem, por sinal, fez o antológico solo de sax da música “Young americans”. Entre suas outras colaborações ilustres, estão aquelas em discos de Paul Simon e James Taylor.
David Sanborn lançou seu primeiro álbum solo, “Taking off”, em 1975. Seu segundo álbum, “Hideaway”, foi lançado quatro anos depois. Os outros álbuns de Sanborn contaram com contribuições de Luther Vandross, Christian McBride, Eric Clapton e outros. “All I Need Is You” lhe rendeu seu primeiro prêmio Grammy de melhor performance instrumental de R&B em 1981. Ele ganharia mais cinco Grammys, ganharia oito álbuns de ouro, um álbum de platina e excursionaria com sucesso por décadas.
Em março de 2024, Sanborn foi homenageado em St. Louis pelo conjunto de sua obra no jazz. “Estou tão feliz por estar vivo para receber isso”, disse Sanborn na época. “Estou profundamente grato e extremamente honrado por receber este prêmio em minha cidade natal, St. Louis.”