O advogado e ex-deputado estadual João Batista Tezza Filho faleceu na tarde desta sexta-feira (31), em Curitiba (PR), aos 80 anos de idade. As causas da morte não foram reveladas. Seu corpo será cremado em Curitiba, cidade onde ultimamente vivia com seus familiares, entre eles o renomado escritor Cristovão Tezza, autor do romance “O Filho Eterno”.
Além de advogado, pecuarista e deputado estadual, Tezza foi ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, na categoria de ministros temporários, o chamado ministro classista, representando os empregadores, no período de 1995 a 1997. No Acre, no período de 1988 a 1989, durante a Assembleia Estadual Constituinte, foi o relator da Constituição Estadual atualmente em vigor.
Foi eleito deputado estadual em 1986, pelo extinto PFL, representando os fazendeiros. Muitas vezes foi acusado de pertencer À UDR (União Democrática Ruralista), entidade então presidida em nível nacional pelo atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e em nível estadual, pelo advogado João Branco. A entidade foi acusada de participação na morte do sindicalista Chico Mendes, em 1988.
João Tezza sempre negou envolvimento com o crime e também salientava que uma das causas de ter fugido do Paraná para o Acre, nos anos de 1970, recém-formado em Direito, foram perseguições da ditadura militar. Tezza dizia ter ajudado inclusive comunistas que viviam em clandestinidade durante a ditadura militar.
Ao sair da vida pública, voltou a ser advogado. Eloquente, acabou se envolvendo em polêmicas com magistrados locais e chegou a ser preso e a usar tornezeleira eletrônica e depois em prisão domiciliar. Seus familiares decidiram então retirá-lo do Acre. Joaõ Tezza era viúvo da médica Marly Tezza, falecida de câncer, nos anos 90. Deixa o filho Joãozinho, a filha Ana Rosa e netos.