“Nem, nem, nem”: 5,4 milhões de jovens no Brasil não estudam, não trabalham e nem procuram emprego

No primeiro trimestre de 2023, o Brasil tinha 4 milhões de jovens entre 14 e 24 anos nessa situação. Esse número cresceu para 5,4 milhões no mesmo período deste ano

No Brasil, há 5,4 milhões de jovens que não estudam, não trabalham e tampouco estão procurando emprego. Os números foram apresentados durante evento do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em São Paulo, pela subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner nessa segunda-feira (27/5). As estatísticas levam em conta dados da PNAD Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), referente ao primeiro trimestre deste ano.

No primeiro trimestre de 2023, o Brasil tinha 4 milhões de jovens entre 14 e 24 anos nessa situação. Esse número cresceu para 5,4 milhões no mesmo período deste ano. A maior parte desse grupo é composto por mulheres, que representam 60% do total. Além disso, os negros representam 68%. Entre o sexo feminino, muitas das que nem estudam e nem trabalham dizem possuir filhos pequenos.

Incluindo os desocupados (3,2 milhões), que são aqueles que não estudam e nem trabalham, mas estão à procura de emprego, o total de jovens na situação chamada de “nem-nem” chega a 8,6 milhões.

Incluindo os desocupados (3,2 milhões), que são aqueles que não estudam e nem trabalham, mas estão à procura de emprego, o total de jovens na situação chamada de “nem-nem” chega a 8,6 milhões/Foto: Reprodução/Unsplash

Os jovens entre 14 e 24 anos representam 17% da população brasileira (34 milhões de pessoas), com a maioria (39%) residindo na região Sudeste, especialmente no estado de São Paulo. O levantamento mostra que a taxa de participação desse grupo no mercado de trabalho ainda não voltou ao nível de 2019, que era de 52,7% no primeiro trimestre. Este ano, a taxa é de 50,5%.

O estudo inclui ainda informações sobre o mercado informal. Em 2024, dos 14 milhões de jovens ocupados entre 14 e 24 anos, 45% estão na informalidade. O levantamento também apontou que houve, recentemente, um crescimento no número de aprendizes e de estagiários no país. No caso dos aprendizes, só entre os anos de 2022 e 2024 houve um acréscimo de 100 mil jovens que passaram para a condição de aprendizado. Em abril deste ano eles já somavam 602 mil, o dobro do que havia em 2011.

Já em relação aos estágios, o crescimento foi 37% entre 2023 e 2024, passando de 642 mil adolescentes e jovens nessa condição para 877 mil neste ano.

Veja detalhes da ocupação dos jovens do Brasil:

Jovens que só estudam: 11,6 milhões

– 52% são mulheres
– 59% são negros
– 81% dos adolescentes de 15 a 17 anos
– 17% dos jovens de 18 a 24 anos

Jovens Ocupados: 14 milhões

– 42% são mulheres

– 60% são negros

– 12% dos adolescentes de 15 a 17 anos estuda e trabalha e 2% só trabalha;

-15% dos jovens de 18 a 24 anos estuda e trabalha e 41% só trabalha;

-45% dos jovens ocupações informais: 6,3 milhões

– 51% das mulheres e 56% negros

Jovens Desocupados: 3,2 milhões

– 51% são mulheres;
– 65% são negros

Não estudam, não trabalham, nem procuram trabalho: 5,4 milhões
– 60% são mulheres, a maioria com filhos pequenos
– 68% negros

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