Prince of Persia: relembre as principais versões da clássica franquia

Relembre as principais eras da saga Prince of Persia desde o game original de 1989 até os mais recentes The Lost Crown e The Rogue

A série Prince of Persia é uma das mais antigas franquias do mundo dos games e já teve várias releituras de seu protagonista desde o jogo original lançado para PCs em 1989. O personagem sem nome, normalmente chamado apenas de “Príncipe da Pérsia”, é conhecido por suas habilidades acrobáticas e habilidade na espada, tendo adquirido com o tempo algumas edições com poderes sobrenaturais como controlar o tempo.

Em 2024, a franquia ganhou duas novas “gerações” do personagem com Prince of Persia: The Lost Crown e o novo The Rogue Prince of Persia. The Lost Crown foi lançado em 18 de janeiro de 2024 e teve uma boa recepção de público e crítica enquanto The Rogue Prince of Persia está disponível em acesso antecipado desde 14 de maio no Steam. O TechTudo separou as principais versões de Prince of Persia e traz, a seguir, mais detalhes sobre os games.

A série Prince of Persia já teve várias versões através dos anos, entre as quais uma das mais populares é Prince of Persia: The Sands of Time — Foto: Divulgação/Ubisoft

Prince of Persia (1989)

O game que deu início à franquia, Prince of Persia, foi inicialmente lançado para computadores e teve um grande impacto na indústria de jogos pelos seus avanços técnicos. Criado por Jordan Mechner, conhecido pelo game Karateka, Prince of Persia foi um dos primeiros jogos a utilizar rotoscopia, técnica que envolvia filmar uma pessoal real e depois converter seus movimentos para gráficos do jogo. A tecnologia deu ao Príncipe da Persia uma fluidez de animação nunca antes vista para saltar, correr, se pendurar e abaixar enquanto fugia de armadilhas e lutava usando uma espada contra inimigos.

Prince of Persia de 1989 surpreendeu com suas animações extremamente fluidas, graças à rotoscopia — Foto: Divulgação/Broderbund Software
Prince of Persia de 1989 surpreendeu com suas animações extremamente fluidas, graças à rotoscopia — Foto: Divulgação/Broderbund Software

No primeiro jogo o Príncipe precisa escapar das masmorras do castelo e derrotar o feiticeiro Jaffar, que tomou o controle de seu reino – isso em 60 minutos de tempo real, ou sua amada morrerá, afetando o final da história. O game teve uma sequência direta em Prince of Persia: The Shadow and the Flame, de 1993, que, apesar de ter um visual diferente, conta com o mesmo herói, que tenta retornar à Pérsia para enfrentar o feiticeiro novamente. Ambos os jogos foram convertidos para uma grande quantidade de computadores e videogames com diferentes níveis de sucesso e alterações que às vezes o tornavam mais fácil.

Apesar do visual diferente, Prince of Persia 2: The Shadow and the Flame era uma continuação direta com o mesmo Príncipe — Foto: Divulgação/Broderbund Software
Apesar do visual diferente, Prince of Persia 2: The Shadow and the Flame era uma continuação direta com o mesmo Príncipe — Foto: Divulgação/Broderbund Software

Prince of Persia 3D: Arabian Nights (1999)

Um bom tempo após o jogo original, uma sequência foi planejada em 3D para PC, provavelmente inspirada pelo sucesso de outros games de aventura da época, como a série Tomb Raider, que, por sua vez, também devia muito de sua jogabilidade a Prince of Persia. A história de Prince of Persia 3D é semelhante ao original, com uma traição do irmão do Sultão, que acaba com o Príncipe jogado em uma prisão da qual terá que escapar e se vingar. A jogabilidade tem inspirações perceptíveis do game original e da série Tomb Raider, com armadilhas e saltos precisos em que o personagem tem que se segurar nas bordas do cenário.

Prince of Persia 3D: Arabian Nights foi uma tentativa frustrada de levar a série para o mundo 3D e aproveitar o sucesso de games como Tomb Raider — Foto: Divulgação/Mattel Interactive
Prince of Persia 3D: Arabian Nights foi uma tentativa frustrada de levar a série para o mundo 3D e aproveitar o sucesso de games como Tomb Raider — Foto: Divulgação/Mattel Interactive

Há uma tentativa de trechos de furtividade que não funcionam muito bem e o sistema de combate com espada é um pouco confuso. Alguns defeitos dos games da série Tomb Raider se destacam mais em Prince of Persia 3D, como dificuldade de saber pra onde ir, problemas com a câmera e jogabilidade mais lenta e travada. O game não fez muito sucesso na época, mas chegou a ganhar uma versão para Dreamcast chamada Prince of Persia: Arabian Nights, com algumas alterações. Originalmente o jogo sairia no PS1, mas estava versão foi cancelada para dar preferência ao console da SEGA.

Após Prince of Persia 3D não ter alcançado o patamar desejado a franquia acabou sendo vendida para a Ubisoft que trouxe o reboot Prince of Persia The Sands of Time para PlayStation 2, GameCube, Xbox e PC. Pela primeira vez na série o Príncipe ganhou mais personalidade em uma história contada no formato de fábula inspirado em “As Mil e Uma Noites”. O game deixou o príncipe ainda mais acrobático, com capacidade de correr nas paredes, por exemplo, e introduziu também um elemento que se tornaria frequente na franquia: as Areia do Tempo, que permitiam ao jogador rebobinar a ação para desfazer erros.

Prince of Persia: The Sands of Time marcou a modernização da série com novos movimentos acrobáticos, entre eles a icônica corrida na parede — Foto: Divulgação/Ubisoft
Prince of Persia: The Sands of Time marcou a modernização da série com novos movimentos acrobáticos, entre eles a icônica corrida na parede — Foto: Divulgação/Ubisoft

O retorno de Prince of Persia foi bem aceito na época e a franquia gerou duas sequências. A primeira foi Prince of Persia: Warrior Within, que focou mais no sistema de combate com armas secundárias e trouxe uma terrível força chamada Dahaka, que caçava o Príncipe por ter mexido com o fluxo do tempo. Já a segunda sequência foi Prince of Persia: The Two Thrones, que apresentou uma versão corrompida do personagem, ocasionalmente tomando controle de seu corpo. Um remake de Prince of Persia The Sands of Time está em desenvolvimento há alguns anos, mas parece ter enfrentado problemas em sua produção e atualmente não tem previsão de lançamento.

A sequência Prince of Persia: The Warrior Within ganhou um foco maior no combate — Foto: Divulgação/Ubisoft
A sequência Prince of Persia: The Warrior Within ganhou um foco maior no combate — Foto: Divulgação/Ubisoft

Como assim? Assassin’s Creed entra aqui porque a franquia da Ubisoft começou seu desenvolvimento como uma sequência da série Prince of Persia, no qual jogadores não controlariam o Príncipe, mas um assassino que teria que resgatar e escoltar o jovem nobre, ainda uma criança. Portanto, vale uma menção honrosa à série criada pela Ubisoft em 2007 para PlayStation 3 (PS3), Xbox 360 e PC.

O jogo originalmente iria se chamar “Prince of Persia: Assassin” e teria a fórmula de Prince of Persia The Sands of Time aplicada a um mundo aberto. A falta do Príncipe como um personagem jogável no entanto levou a Ubisoft a considerar a criação de uma nova franquia que se tornou uma das maiores da empresa.

A franquia Assassin's Creed começou como uma sequência de Prince of Persia, mas se tornou seu próprio game — Foto: Divulgação/Ubisoft
A franquia Assassin’s Creed começou como uma sequência de Prince of Persia, mas se tornou seu próprio game — Foto: Divulgação/Ubisoft

Prince of Persia (2008)

Seguindo o sucesso da trilogia The Sands of Time, a Ubisoft investiu em um reboot da franquia com um novo Príncipe, ainda mais cheio de personalidade e com um estilo de falar que tomava algumas liberdades por não combinar com sua época. A história começa com Elika, uma jovem cujo pai libertou um Deus da Escuridão chamado Ahriman e agora ela é a única que pode detê-lo, com a ajuda do Príncipe. Uma novidade são os gráficos estilo Cel Shading, que dão a impressão de animação ou pintura.

O personagem manteve seu estilo acrobático, agora com corridas nas paredes automáticas ao invés de pressionar um botão como na trilogia anterior, mas o combate ficou mais simplificado. Uma grande reclamação de jogadores sobre o game é que não é possível receber um “Game Over”, pois sempre que o Príncipe “morre” ao cair de uma altura mortal, ele é salvo por sua parceira Elika, que o segura com magia e o leva de volta à segurança. Apesar das reclamações, o sistema não é tão diferente das Areias do Tempo, mas o princípio de um game sem condições de derrota pareceu ter incomodado jogadores.

O reboot de Prince of Persia em 2008 trouxe um novo príncipe com visuais semelhantes a um desenho animado — Foto: Divulgação/Ubisoft
O reboot de Prince of Persia em 2008 trouxe um novo príncipe com visuais semelhantes a um desenho animado — Foto: Divulgação/Ubisoft

Quando o reboot de Prince of Persia de 2008 não teve tanto sucesso, a Ubisoft voltou à sua fórmula já testada com as Areias do Tempo no PlayStation 3, Xbox 360, Nintendo Wii e PC. Prince of Persia: Forgotten Sands traz de volta o Príncipe da trilogia The Sands of Time, teoricamente entre o espaço de tempo entre o primeiro e segundo jogos. Esta versão do príncipe, no entanto, não parece exatamente a que existia antes, como se ele fosse um personagem de fábulas em uma antologia, sem tanta consistência entre diferentes histórias.

Neste game o Príncipe é enviado para auxiliar seu irmão Malik, que está em uma grande guerra e libera uma antiga força sobrenatural, o Exército do Rei Salomão, para derrotar seus inimigos – porém, ele perde o controle desses soldados mortos-vivos. As acrobacias do Príncipe retornam ao que usuários estavam acostumados, mas o sistema de combate se tornou bem mais complexo, talvez inspirado por games como Batman: Arkham Asylum, além de ter um sistema de nível e uma Skill Tree para aprender novas habilidades. O game teve um sucesso razoável, mas desde então a série entrou em hiato, exceto por jogos menores mobile.

Prince of Persia: The Forgotten Sands trouxe de volta o Príncipe de The Sands of Time com um novo sistema de combate mais profundo — Foto: Divulgação/Ubisoft
Prince of Persia: The Forgotten Sands trouxe de volta o Príncipe de The Sands of Time com um novo sistema de combate mais profundo — Foto: Divulgação/Ubisoft

Prince of Persia: The Lost Crown (2024)

Em 2024 a série retornou em grande estilo com um novo jogo de ação 2D chamado Prince of Persia: The Lost Crown para PlayStation 5 (PS5), PlayStation 4 (PS4), Xbox Series XXbox Series SXbox OneNintendo Switch e PC. Este título, no entanto, apresentou várias novidades para a franquia, como o fato de que jogadores não controlam o “Príncipe da Pérsia”, mas um guerreiro chamado Sargon, enquanto o Príncipe é uma criança raptada chamada Ghassan, a qual marca a primeira vez que o príncipe teve um nome nos games. Há, no entanto, teorias de fãs que Sargon possa ser da realeza, já que foi um órfão criado por guerreiros chamados Imortais.

O jogo trouxe uma nova jogabilidade lateral, como se fosse 2D, enquanto seus visuais ainda são em 3D, algo que jogadores chamam de 2.5D algumas vezes. Sua gameplay também segue o estilo “Metroidvania”, conhecido por incorporar elementos de jogos como Metroid e Castlevania: Symphony of the Night, em que novas habilidades obtidas pelo personagem podem ser utilizadas para abrir novas regiões do mapa para explorar. Apesar de ser um game de menor escopo, Prince of Persia: The Lost Crown agradou bastante público e crítico que aguardavam por um retorno da série.

Prince of Persia: The Lost Crown trouxe de volta a franquia com um estilo de jogabilidade lateral como se fosse 2D e elementos de Metroid e Castlevania — Foto: Divulgação/Ubisoft
Prince of Persia: The Lost Crown trouxe de volta a franquia com um estilo de jogabilidade lateral como se fosse 2D e elementos de Metroid e Castlevania — Foto: Divulgação/Ubisoft

The Rogue: Prince of Persia (2024)

Anunciado em 10 de abril de 2024e disponível para jogar em acesso antecipado no Steam desde o dia 14 de maio, o novo The Rogue: Prince of Persia é um game desenvolvido pelo estúdio independente Evil Empire, mais conhecido por seu trabalho no game Dead Cells. O título traz um novo Príncipe da Pérsia, que está em uma missão contra um exército de criaturas e que é capaz de ressuscitar ou retornar no tempo sempre que morre com a ajuda de um medalhão mágico.

A jogabilidade parece trazer um misto entre Prince of Persia: The Lost Crown e Dead Cells, com combate acrobático e outros movimentos tradicionais do Príncipe como correr em paredes. Os elementos Rogue na jogabilidade fazem com que o personagem tenha que tentar passar por áreas do mapa várias vezes, encontrando diferentes armas, acessórios e feitiços a cada tentativa e os perdendo ao morrer. No entanto, como de praxe em games Rogue, os inimigos deixam uma espécie de alma roxa para trás que pode ser utilizada para obter melhorias permanentes e assim progredir no jogo.

The Rogue Prince of Persia é um novo game da série com elementos Rogue do mesmo estúdio de Dead Cells — Foto: Divulgação/Ubisoft
The Rogue Prince of Persia é um novo game da série com elementos Rogue do mesmo estúdio de Dead Cells — Foto: Divulgação/Ubisoft
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