A Prefeitura de Rio Branco lança nesta terça-feira (28) o projeto Reciclando Vidas, Transformando Pneu em Oportunidade, que pretende mudar a realidade de pessoas em situação de rua e de pessoas em situação de monitoramento, que cumprem o regime semiaberto.
A iniciativa é uma parceria entre o Movimento Nacional de Pessoas em Situação de Rua (MAPSIR) e a Prefeitura da capital, que por meio de um termo de fomento, vai apoiar o projeto arcando com aluguel da sede, manutenção, contratação de profissionais e até com a retirada e arrecadação dos pneus, feita em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
A sede do projeto vai funcionar como um Centro Educacional. Nele, 20 pessoas em situação de rua e outras 20 pessoas monitoradas por tornozeleira eletrônica, vão ter acesso a cursos de artesanato em pneus e crochê, além de cursos de beleza, em um salão disponível no local.
O prefeito Tião Bocalom destacou que essa é uma medida da Prefeitura de Rio Branco para apoiar políticas públicas voltadas para essas pessoas.
“É um projeto sério, que trabalha exatamente para dar dignidade para essas pessoas. Muitas vezes as pessoas vão para e ninguém sabe o porque. A gente precisa criar oportunidade para ver se a gente consegue tirá-los dessa situação
O coordenador do projeto, Janes Peteca, lembrou que além de ter uma oportunidade para ter uma renda fixa, todo o lucro adquirido com as vendas dos produtos feitos durante os cursos, será dividido entre os alunos.
“Quando o projeto tiver 2 meses, a expectativa é de que tenha uma renda de R$ 100 mil. Porque a sociedade clama por essas pessoas. As pessoas que estão saindo da cadeia, elas saem sem oportunidade. A maioria são mulheres. Aqui vai ter educação, corte de cabelo, artesanato”, disse.
O projeto também tem o apoio da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), que disponibilizou uma bolsa para os alunos. A medida é necessária para a permanência das reeducandas nos cursos.
O Ministério Público do Acre (MPAC) também é um dos apoiadores do projeto. O promotor dos Direitos Humanos do órgão, Thales Ferreira disse que o projeto faz parte da lista de medidas incentivadas pelo MPAC.
“É dever do Município, do Estado, da União Federal implementar políticas públicas voltadas às pessoas em situação de rua. É um projeto que vai ter a fiscalização e o apoio do Ministério Público, no sentindo que a gente tenha o maior sucesso nessa iniciativa”, disse.
Mudança real
O projeto é uma oportunidade e tanto para Thais dos Santos, que vai ter aulas de artesanato e reciclagem de pneus. Ela faz parte do monitoramento por tornozeleira eletrônica. Mãe de uma criança de 1 ano, ela viu no projeto uma chance de finalmente ter uma renda fixa.
“A gente procura muito emprego e as portas são fechadas. A gente não tem oportunidade, nem renda para sobreviver. Através dessa oportunidade eu vou ter a minha renda. A única que eu tenho é dos trabalhos de bicos que eu faço. Como que eu vou sustentar uma casa e uma bebê sem uma renda fixa?”.
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