O dia 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Dados da Polícia Civil apontam que, no Acre, foram registrados 487 Boletins de Ocorrência (BO) de violência sexual contra esse grupo em 2023.
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de exploração sexual de crianças e jovens, com cerca de meio milhão de vítimas a cada ano. A data chama atenção para a importância de atuar contra a violação dos direitos sexuais de crianças e adolescentes.
Desse total, 189 foram registrados na capital acreana, Rio Branco, o que corresponde a pouco mais de 38% de todos os Boletins de Ocorrências registrados no estado.
Seguido de Rio Branco está Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá, com um total de 59 registros de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Sena Madureira aparece em terceiro lugar, com 28 casos registrados.
Dados dos últimos anos
A Polícia Civil divulgou, ainda, um relatório relativo ao quantitativo de atos de violência sexual contra crianças e adolescentes conforme boletins registrados nos anos de 2022, 2023 e até 24 de março de 2024.
O documento aponta que a capital acreana teve o registro de 442 Boletins de Ocorrência em pouco mais de dois anos. Nos quatro primeiros meses de 2024 a Polícia Civil registrou 46 Boletins de Ocorrência.
Esses números correspondem a mais da metade do total registrado nos demais municípios do estado, que foi de 657 desde 2022. Já em 2024 foram registrados 70 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no interior do Acre.
Origem da data
A data foi escolhida em alusão ao “Caso Araceli”, ocorrido em 1973, no qual uma criança foi sequestrada, drogada, estuprada, drogada e morta por três homens.
Araceli Cabrera Crespo, de apenas 8 anos na época, foi assassinada no Espírito Santo. O corpo foi deixado desfigurado e em avançado estado de decomposição próximo a uma mata, na capital Vitória, dias depois de desaparecer.
Durante as investigações, nas quais os provas e depoimentos misturaram fatos se misturaram com boatos, a Justiça chegou a três suspeitos: Dante de Barros Michelini (o Dantinho), Dante de Brito Michelini (pai de Dantinho), Paulo Constanteen Helal. Os três eram membros de famílias influentes do estado.
Em 1980 os acusados foram condenados a cumprir pena de 18 anos de reclusão, já em 1991 a defesa apresentou recurso e o caso voltou a ser investigado. Por fim, eles foram absolvidos e em 1993 o caso prescreveu sem que ninguém fosse punido.