ContilNet Notícias

Roraima Rocha: STJ mantém Gladson no cargo e reflete vontade democrática

Por Roraima Rocha, ContilNet

A justiça brasileira, quase sempre surpreendente, finalmente concede ao governador Gladson Cameli o direito de se defender. Após três anos de investigação, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que ele não deve ser afastado do cargo, mesmo recebendo a denúncia formulada pelo Ministério Público Federal – MPF. Um detalhe quase insignificante, diriam os opositores.

Os ministros do STJ, em uma decisão digna de aplausos, resolveram manter Cameli no cargo/Foto: Juan Diaz/ContilNet

Gladson Cameli, uma figura carismática, conhecida por falar a língua do povo, afirmou que “a justiça cumpriu o seu papel” e que agora poderá provar sua inocência e idoneidade. Essa serenidade em meio ao teatro caótico que alguns buscam projetar, onde a verdade é um conceito elástico, mostra uma confiança quase poética no sistema que o acusa. Não é à toa que sua aprovação já se reflete nas pesquisas para a eleição ao Senado em 2026, onde lidera todas as intenções de voto.

Os ministros do STJ, em uma decisão digna de aplausos, resolveram manter Cameli no cargo, respeitando a vontade democrática de quase 250 mil eleitores. Um verdadeiro conto de fadas moderno, onde a soberania popular não é usurpada por acusações ainda não provadas. Enquanto isso, a oposição se agita nas redes sociais, promovendo um espetáculo como se a aceitação da denúncia já fosse uma condenação definitiva.

Lembremos da Operação G7, onde membros e familiares do governo petista acreano foram expostos e, ao final, inocentados após uma devassa midiática. O espetáculo foi grandioso, mas o resultado, uma decepção para os sedentos por condenações. A oposição, sempre rápida em esquecer suas próprias sombras, agora protagoniza o julgamento de Cameli com uma pressa juvenil, ignorando os princípios básicos da justiça.

E quem poderia esquecer o drama de Lula, preso por quase dois anos, apenas para ter suas condenações anuladas pelo STF devido a irregularidades processuais? Não foi um certificado de inocência, mas uma condenação dos métodos ilegais do MPF. A história se repete, e a ironia é um prato servido frio.

Gladson agora tem a chance de apresentar sua versão dos fatos, um direito fundamental que deveria ser garantido a todos, mas que, em nosso sistema inquisitorial, onde os investigadores são protagonistas e a defesa mera expectadora, muitas vezes é uma miragem distante. A decisão do STJ de não afastá-lo reflete um respeito necessário ao equilíbrio democrático, prevenindo uma intervenção prematura no mandato conferido pelo povo.

Enquanto isso, a oposição, em sua ânsia, torcendo por linchamentos conduzidos pela imprensa, esquece (na verdade finge) que a justiça não pode ser comprometida por julgamentos precipitados ou pressões políticas. O contraditório e a ampla defesa são pilares de uma sociedade justa, e qualquer tentativa de atropelá-los é uma traição aos princípios democráticos.

O governador expressou sua confiança na correção das falhas investigativas e reafirmou sua idoneidade, ressaltando que agora poderá colaborar plenamente e mostrar que as acusações contra ele são inócuas. Ele reafirma seu compromisso com a democracia, prometendo seguir colaborando no que for necessário para que a verdade prevaleça, como deve ser feito.

A manutenção de Gladson Cameli no cargo é uma vitória não apenas para ele, mas para a democracia acreana, que se vê respeitada em sua essência. O julgamento precipitado pela oposição, já condenando o governador publicamente, mostra um desprezo pelos princípios do direito, enquanto a justiça segue seu curso, permitindo que todos os lados apresentem suas versões.

Para aqueles que anseiam por um julgamento justo e equilibrado, a fase processual que se inicia é uma oportunidade de ouro. Não se trata de proteger um indivíduo, mas de garantir que o processo democrático e judicial se mantenha íntegro e respeitoso aos direitos fundamentais. E assim, seguimos aguardando, com a certeza de que a verdade, eventualmente, encontrará seu caminho.

*Advogado; sócio fundador do escritório MGR – Maia, Gouveia & Rocha Advogados; Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Faculdade Gran; Especialista em Advocacia Cível pela Fundação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (FMP); Membro da Comissão de Advocacia Criminal da OAB/AC.

Sair da versão mobile