Seca na Amazônia este ano será bem pior que em 2023, alertam cientistas

No Rio Acre, pequenos barcos, como motor de rabeta e catraias, já estão encalhando

A  imagem de condutores de uma pequena embarcação com motor de popa, também conhecido como motor de rabeta,, que viralizou na Internet após ter sido divulgada na semana passada, é uma demonstração  do que e como será seca na Amazônia em 2024. 

Foto: ContilNet

As imagens foram capturadas em Xapuri, município do interior do Acre, no Rio que dá nomeação ao  Estado, num ponto da zona urbana de Xapuri conhecida como “Praia do Inferno”, um ponto do manancial em que, em anos anteriores, era local de festivais de praia e de encontro de milhares de banhistas locais e muitos turistas, inclusive do exterior. 

Nos dias atuais, a Praia faz jus ao nome e mostra o que virá por aí já a partir deste ano, advertem cientistas e pesquisadores. E olhe que as imagens da seca  no rio Acre em Xapuri foram capturadas por um vendedor de picolé da cidade conhecido como Zeca Toca, que passa pelo local todos os dias e há muitos anos  e constatou com seus olhos inocentes aquilo que a ciência e pesquisadores vêm alertando: a seca da Amazônia em 2024 vai ser pior que a de 2023. 

De acordo com o Portal Hidroweb, mantido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento   (ANA), naquele ponto em que o picolezeiro Zé fez as imagens, o Rio em Xapuri estava com 1 metro e 94 centímetros de espelho d’água, quase impróprio para a navegação, incluindo os pequenos barcos a remo. conhecidos por catraias e que fazem o transporte de passageiros de um lado a outro do manancial.

O que foi registrado em Xapuri é o reflexo do que já acontece também em Assis Brasil e Brasiléia, municípios que, ainda este ano, estiveram inundados pelas enchentes que atingiram praticamente todo o Acre, com o  transbordamento de outros rios no Estado, como o Iaco, Juruá e Tarauacá. 

Tais cheias secas repentinas registradas no Acre são apenas um reflexo do que será o clima na Amazônia daqui por diante, como  alerta a World Weather Attribution, um grupo de cientistas internacionais especializados em estudos do clima. 

Os cientistas buscaram informações sobre a situação da seca em Tefé, município do interior do Amazonas banhado em partes pelo rio que dá nome ao Estado, tido como o maior Rio no mundo no  maior Estado brasileiro em extensão no território nacional. 

Ali em Tefé, de acordo com os pesquisadores, a seca já mudou os hábitos alimentares da população local, formada, em grande maioria,  por povos originários. 

Nas panelas da maioria das casas, o peixe fresco vem sendo  substituído por sardinhas, salsichas e outros enlatados. Farinha de mandioca, indispensável na hora de fazer o pirão para comer com o peixe, também já não existe pela prosaica  razão de que a mandioca também está escassa na região. 

Sem água e sem chuvas, nem a chamada macaxeira escapa. Assim como está mudando os hábitos alimentares na região, as secas também estão mudando o curso dos rios na Amazônia, mostram os cientistas.

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