Os dados do Observatório em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) mostram que Rio Branco não tem leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis. Na última terça-feira (14), o Governo do Acre decretou situação de emergência em saúde pública em todo o estado.
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De acordo com os dados da Sesacre, atualizados às 16h30 desta quarta-feira (15), na capital acreana, há 27 leitos no Pronto-Socorro de Rio Branco, 18 leitos na Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) e 20 no Hospital Santa Juliana, mas nenhum deles está disponível.
No Juruá, o cenário não é tão diferente, pois dos 10 leitos, há apenas 1 disponível no Hospital Regional do Juruá.
À Agência de Notícias do Acre, o secretário de Saúde, Pedro Pascoal, voltou a afirmar que a alta ocupação dos leitos de UTI não está relacionada à SRAG, mas a politraumas.
“Quero tranquilizar a população, pois os leitos pediátricos estão estáveis e as cirurgias continuam sendo realizadas normalmente. Essas medidas visam garantir que o sistema de saúde do Acre esteja preparado para lidar com o aumento da demanda e proteger a população, caso haja necessidade. O decreto tem vigência de noventa dias e reflete o nosso compromisso em enfrentar a situação com eficiência e transparência”, finalizou.
Decreto de situação de emergência
O decreto, que vale por três meses, se dá em virtude do aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e da superlotação dos leitos de UTI. A publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) define que a Sesacre coordene a atuação específica dos órgãos e entidades competentes para o enfrentamento da emergência de que trata o decreto e autoriza a adoção de medidas administrativas urgentes que se mostrarem necessárias ao restabelecimento da situação de normalidade.
SRAG no Acre
Em relação aos dados epidemiológicos de SRAG, Pascoal disse que houve uma mudança no perfil dos pacientes afetados.
“Enquanto nos últimos anos a incidência foi maior em crianças menores de quatro anos, atualmente observa-se um aumento entre adultos jovens de 20 a 29 anos e idosos acima de 60 anos”, explicou.
“É importante frisar a diferença da síndrome gripal para a síndrome respiratória aguda grave. A síndrome gripal diz respeito àqueles sintomas de gripe, nariz escorrendo, tosse, aquela febre mais baixa, prostração, mas sem acometimento do respiratório. O paciente não evolui com a falta de ar, o paciente não tem a necessidade de estar entubado”, apontou.
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O Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na última quinta-feira (9), aponta para tendência a longo prazo para crescimento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Acre. O estado aparece junto com outros 22 estados com sinal de aumento.
Além disso, no recorte de capitais, Rio Branco aparece como uma das 16 cidades com sinal de crescimento nos casos de SRAG. A análise deste boletim é referente à Semana Epidemiológica (SE) 18, período de 18 a 4 de maio e tem como base os dados inseridos no Sistema Epidemiológico da Gripe (SivepGripe) até a última segunda-feira, 6 de maio.