Sobe para 113 o número de mortes com enchentes no RS; há 146 desaparecidos

Estado soma 756 pessoas feridas, 146 desaparecidas, 406,7 mil fora de casa

Subiu para 113 o número de mortos por causa dos temporais que atingiram o Rio Grande do Sul, de acordo com o boletim mais recente da Defesa Civil, divulgado na manhã desta sexta-feira (10). Um óbito ainda está em investigação.

número de pessoas fora de casa pelos temporais que atingem o RS desde 29 de abril chegou a 406,7 mil. Há, no total, 69.617 pessoas recebendo acolhimento em abrigos e outras 337.116 abrigadas nas casas de amigos ou parentes. Há 756 feridos e 146 desaparecidos.

O RS tem 435 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado aos temporais, com 1,9 milhão de pessoas afetadas.

  • Óbitos confirmados: 113
  • Óbitos em investigação: 1
  • Feridos: 756
  • Desaparecidos: 146
  • Pessoas em abrigos: 69.617
  • Desalojados: 337.116
  • Municípios afetados: 435
  • Afetados: 1.916.070

O governo do estado divulgou uma tabela com a lista de mortos e desaparecidos por cada município.

Previsão de chuva

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) afirma que, nesta sexta-feira (10), o RS voltará a ser atingido por chuvas fortes. Os volumes podem passar dos 100 milímetros. Ainda conforme a previsão, os ventos mudarão de direção e irão soprar predominantemente de sul, dificultando o escoamento das águas do Guaíba e da Lagoa dos Patos.

As regiões mais afetadas devem ser o Norte e o Leste do estado.

“Tem que ficar bastante claro que essas regiões aqui vão ser realmente, de novo, as mais impactadas. Então, a condição é bastante crítica, não só para a questão de rios”, diz a meteorologista Cátia Valente, da Sala de Situação do RS.

  • Sexta (10): as chuvas se espalham pelo estado, sendo mais intensas no Centro, Norte, Nordeste, Vales, Região Metropolitana e Litoral Norte (volumes até 120 milímetros); ventos quadrante sul e mar agitado
  • Sábado (11): chuvas seguem fortes e persistentes entre 40 e 90 milímetros, nas mesmas regiões; ventos seguem no quadrante sul e mar agitado.
  • Domingo (12): chuvas seguem intensas com volumes entre 80 e 140 milímetros; ventos de sudeste/leste e mar agitado
  • Segunda (13): chuvas persistem localmente fortes nessas regiõe

Mapa com previsão de chuva para o RS a partir de quarta (8) — Foto: Reprodução/Governo do RS

Mapa com previsão de chuva para o RS a partir de quarta (8) — Foto: Reprodução/Governo do RS

Guaíba baixa ao menor nível desde sábado…

O nível do Guaíba, em Porto Alegrebaixou para 4,74 metros pela primeira vez desde sábado (4), conforme medição feita às 6h15 desta sexta-feira (10) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá.

Mesmo com a redução, o Guaíba segue mais de 2 metros acima da cota de inundação (3 metros). Apesar disso, a água que avançava sobre as ruas da capital aparenta estar estável e até recuando em algumas regiões, segundo moradores que tem monitorado o nível dos alagamentos onde vivem.

Guaíba recua em Porto Alegre — Foto: Pietro Oliveira/RBS TV

Guaíba recua em Porto Alegre — Foto: Pietro Oliveira/RBS TV

… mas há possibilidade de ‘repique’

Cientistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS alertam para a possibilidade de elevação do nível do Guaíba após novas chuvas no Rio Grande do Sul. Os pesquisadores afirmam que pode ocorrer um “repique por efeito das chuvas previstas a partir de final de semana podendo retornar a marca dos 5 metros”.

“Caso as chuvas não se confirmem, tendência de redução gradual mantendo-se acima de 4 metros por mais de uma semana”, diz o comunicado do IPH.

Os afluentes do Guaíba apresentam agora lenta redução de seus níveis (caso dos rios Jacuí, Sinos e Gravataí) ou moderada (situação do Taquari). No entanto, eles devem voltar a encher com a projeção de chuvas entre sábado (11) e domingo (12), explica Pedro Camargo, hidrólogo da Sala de Situação do governo do RS.

“Com essas chuvas, a gente tende a voltar acima dos 5 metros. Provavelmente, em limiares, que a gente já atingiu ali entre 5 metros, 5,30 metros”, afirma Camargo.

Passarela entre a Rodoviária e o Centro Histórico de Porto Alegre — Foto: Jorge Rosa/Arquivo pessoal

Passarela entre a Rodoviária e o Centro Histórico de Porto Alegre — Foto: Jorge Rosa/Arquivo pessoal

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