Sobrinha de Paulo Roberto Braga, Érika Souza passou a ser investigada por homicídio culposo. No mês passado, ela chegou à agência de um banco em Bangu, no Rio de Janeiro, com o corpo do parente para que ele “assinasse” a papelada para a liberação de um empréstimo de R$ 17 mil para uma reforma. As informações são do G1.
A mulher já era investigada por vilipêndio de cadáver e tentativa de furto mediante fraude e está presa preventivamente na cidade do crime. Após novas diligências e depoimentos, o delegado da 34ª Delegacia de Polícia de Bangu, Fábio Luiz Souza, concluiu que houve “gritante omissão de socorro”.
“Considerando que no dia 16/4/2024, certamente percebendo que Paulo estava em situação gritante de perigo de vida, o que pode ser vislumbrado pelas declarações de todas as testemunhas que tiveram contato com a vítima, ao invés de ir novamente ao hospital, ela se dirigiu ao shopping, configurando uma gritante omissão de socorro, determino; proceda-se a novo registro de ocorrência para apurar o delito de homicídio culposo”, alegou o delegado em seu despacho, obtido pela TV Globo.
Na última terça-feira (30/4), foi concluída a primeira fase do inquérito referente ao flagrante. Depois da segunda fase, a polícia civil decidirá se indica a familiar pelos crimes.
Novas provas
De acordo com o delegado, dois depoimentos revelam que a sobrinha tentou colocar uma conta própria para receber o dinheiro do tio e que foi até o banco sem ele para fazer o saque, mesmo tendo consciência de que ele precisaria assinar. Só depois da tentativa frustrada é que ela levou Paulo até a agência.
Na conclusão do relatório do inquérito, o delegado afirmou que as imagens são “claras” de que o idoso “já era cadáver quando Érika o levou à agência e, principalmente, que ela sabia de tal fato, pois ele está com a cabeça caída e sem qualquer movimento, porém, logo antes de entrar, ela o segura pelo pescoço para que fique com a cabeça erguida, simulando uma pessoa viva”.
Fábio Luiz continuou declarando que dentro do banco ela simulou que o parente estava vivo quando segurou a cabeça dele.
Hora em que o idoso morreu
Ainda não há conclusão a respeito do horário em que Paulo morreu, pois o laudo é inconclusivo.
Segundo o delegado, “se de fato Paulo chegou com vida ao shopping, sua morte foi logo após, pois em imagens do próprio estabelecimento é possível ver sua cabeça caída para trás com a boca aberta, assim como no trajeto até o banco, tudo presenciado por testemunhas que estavam no local e tiveram contato visual com Paulo sempre imóvel, com a cabeça caída, imagem idêntica à vista dentro do banco”.
Para Fábio Luiz, é fato que Érika sabia que o tio estava sem vida, mas era a última tentativa para retirar o dinheiro do empréstimo.