Em entrevista recente à revista Veja, Ney Matogrosso deu alguns detalhes de sua vida sexual e voltou a falar sobre o vício em sexo. De acordo com o cantor, durante um período de sua vida ele precisava fazer sexo todos os dias, até mesmo para conseguir dormir.
“Lá pelos 30, 40 anos, cheguei a ficar viciado em sexo. Tinha que transar todo dia para conseguir dormir. Hoje, vivo um relacionamento com uma pessoa de fora do Rio e consigo me guardar para ela”, contou.
O vício em sexo também pode ser chamado de ninfomania quando se refere a mulheres e satiríase quando relacionada a homens. Mas fica a dúvida: como é possível entender se existe, de fato, um transtorno de vício em sexo, ou se a pessoa apenas gosta muito de transar?
Vício beira à obsessão
O vício em sexo traz diversos impactos negativos às pessoas afetadas, principalmente no aspecto do convívio social, nas relações afetivas e na saúde.
“Para os compulsivos, a obsessão sexual se transforma na base de organização da vida diária, o centro de tudo. As necessidades primárias deixam de ter prioridade, já que existe uma busca incessante pelo prazer”, explica a sexóloga Tâmara Dias.
Ainda segundo a especialista, a incapacidade de resistir as levam a ter muitos parceiros sexuais e a se exporem a situações de perigo, como contrair infecções e doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, passam a ser poucos produtivos em outras áreas, o que leva à vergonha e à culpa.
Tem cura?
Após o diagnóstico, dado mediante investigação com psicólogo ou psiquiatra, o tratamento depende do nível do transtorno. “Em casos leves e moderados, utiliza-se psicoterapia, que pode ser individual ou em grupo. A prevenção medicamentosa é feita quando a compulsão está associada a transtornos como depressão e ansiedade”, aponta.
Mesmo com tratamento, a ninfomania e a satiríase não têm cura – assim como qualquer outro vício. Chega-se, na verdade, a um tipo de controle. “Chama-se fase de manutenção. É necessário que todos os gatilhos que levam a pessoa à compulsão sejam eliminados”, finaliza a sexóloga.