Voluntários acolhem pets resgatados de enchentes no RS: ‘Chegam muito nervosos’

Em Porto Alegre, abrigo recebe animais de estimação resgatados: 'buscamos acalmá-los'. Em Canoas, um centro improvisado tem 600 cães resgatados

Animais de estimação atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul estão sendo acolhidos por voluntários. Em Porto Alegre, um abrigo em frente a uma enfermaria recebe pets enquanto os tutores passam por atendimentos médicos. Também na capital, outro abrigo montado em uma universidade tem espaço separado para acolher os animais.

Em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, um centro improvisado tinha cerca de 600 cachorros resgatados até a noite desta quarta-feira (7) – já foram 2 mil em cerca de uma semana. Os animais passam por uma triagem e depois ficam em um local onde podem ser encontrados por seus tutores.

Foto: CBN/Grad

“A prioridade era o resgate de pessoas, quando pararam de chegar pessoas, priorizamos os animais, e começamos uma força-tarefa”, disse uma voluntária em Canoas, em entrevista à GloboNews.

Ela disse que os voluntários enfrentam dificuldades para reunir tutores e animais. “As pessoas chegam no portão com foto do animal, e os voluntários ajudam a buscar. Observamos a reação dos animais, para confirmar a ligação”.

Na noite desta quarta-feira (8), pai e filho procuravam dois cachorros, Pipo e Pipoca, que não veem desde o último sábado (4). “Estamos correndo em todos os lugares para ver se achamos os bichinhos”, disseram.

“Nós estamos com um trabalho incansável há três dias”, disse uma voluntária, que é veterinária, e atua em um abrigo que está recebendo cães e gatos na zona Norte de Porto Alegre. “Durante a noite vai seguir chegando, eu não sei quantos a gente já recebeu hoje”

Em outro abrigo montado em frente a uma enfermaria, no bairro Menino Deus, também em Porto Alegre, os pets são acolhidos enquanto os tutores recebem atendimento médico.

“O momento mais emocionante é quando eles chegam, porque tem que se separar. Porque eles [os tutores] muitas vezes têm que ir para enfermaria e os pets ficam aqui. A gente dá a estrutura para ajudar a mantê-los calmos, que é o que a gente mais preza agora”, disse uma voluntária.

Segundo ela, os animais recém-chegados geralmente estão assustados.

“Eles não estão com fome, com sede, porque estão em casa, mas no momento que esses animais estão se deslocando de suas casas para cá é um momento que eles ficam muito nervosos”.

Também na capital, voluntários têm chegado só para ajudar nos resgates de animais. Um voluntário viajou de São Paulo ao Rio Grande do Sul para ajudar no acolhimento.

“É muito emocionante poder salvar um bichinho que está abandonado”, disse o voluntário após um dia de trabalho.

Abrigo que recebe famílias com pets

Um abrigo montado na PUC do Rio Grande do Sul, também na capital, recebe famílias com animais de estimação. No local, os pets ficam em uma sala separada, com espaço próprio, tapete higiênico, caminhas, ração e água; enquanto os donos ficam em outras áreas da universidade.

“Saímos [de casa] de barco. Mas só sairíamos com eles [animais de estimação]. E eles nos resgataram e nos trouxeram para cá, fomos bem acolhidos”, disse um homem que está no abrigo.

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