A ministra do meio ambiente e mudanças climáticas, Marina Silva, ressalta as necessidades de se frear o desmatamento na Amazônia. A ministra reforça que se o nível das derrubadas chegar a 25% do bioma, o processo de savanização irá atingir a região.
Através disso, não somente a região poderá passar por um processo de desertificação, como também outros ambientes. “se passar de 25% nós vamos virar um deserto como um Atacama como Saara nas regiões sul, sudeste e centro-oeste porque a chuva é produzida pela Amazônia, ela produz 20 bilhões de toneladas de água por dia, que vira vapor, se lança na atmosfera e vira chuva” explica ela.
A falta de cuidado com a floresta amazônica levará à um efeito cascata de impactos ambientais
O alerta da ministra sobre o processo de desertificação e savanização na Amazônia foi abordado pelo ContilNet, em reportagem especial, que contou com a participação de estudiosos do tema, da Universidade Federal do Acre.
O doutor em geografia, Anderson Azevedo Mesquita, explicou que algo parecido já aconteceu anteriormente, mas que se ocorrer na atual conjuntura, as ações do homem vão sim agravar fortemente o quadro observado.
“É um processo que pode ocorrer dadas as alterações e modificações no uso do solo e também das alterações climáticas. Seria possível sim que ocorresse na Amazônia”, diz ele sobre a savanização.
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Marina ainda ressalta que, caso a área degradada seja restaurada, será possível produzir no local. “Somos mais que uma potência agrícola, a Amazônia é o lugar da bioeconomia o lugar do desenvolvimento sustentável o lugar da bioindústria. A indústria brasileira tem que ser a indústria verde”, enfatiza a ministra.
Sobre a preservação ambiental, Marina Silva conta que o planejamento é que o desmatamento seja zerado em 2030. Sobre o custo energético, Marina sugere ainda é possível sim migrar dos combustíveis fósseis para energias renováveis, podendo, até mesmo, se tornar um novo mercado de exportação para o país.
“A gente tem que apostar em energia renovável, em eólica, solar, de biomassa, no hidrogênio Verde. Nós vamos ter energia não só para nós, mas para exportar “, conta.