A Castanha-do-Brasil, a oleaginosa mais rica em selênio, já é objeto de estudo de várias pesquisas de universidades brasileiras e internacionais.
O mineral é um grande aliado para a saúde do cérebro e do sistema nervoso central. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo, por exemplo, demonstrou que o selênio é capaz de ajudar pacientes com comprometimento cognitivo leve e evitar doenças como o Alzheimer e Parkinson.
Uma reportagem do Estadão revelou que uma única castanha oferece, em média, de 200 a 400 microgramas, quantidade bem mais do que as 55 microgramas recomendadas diariamente para um adulto.
Em entrevista ao jornal, o nutricionista Vanderlí Machiori, de São Paulo, explicou que a quantidade de selênio na castanha varia de estado para estado. E é justamente no Acre onde a oleaginosa tem a maior concentração de selênio, logo, a castanha mais saudável do país está no estado brasileiro mais ocidental do país.
“Atualmente, o solo mais rico na substância é o de Rio Branco, no Acre, e não mais no Pará e arredores, como era antigamente”, disse o nutricionista.
O nutricionista lembrou ainda que a composição da castanha brasileira é muito importante para a saúde do coração: “Ela conta com gorduras do bem, como as poli-insaturadas e as monoinsaturadas, que evitam a deposição do mau colesterol nos vasos”, completa.
Acre é líder em produção
No final do ano passado, o 4º capítulo do Boletim de Conjuntura Econômica mostrou que mais de R$ 128 milhões foi o valor da renda acumulada do Acre com as negociações de Castanha-do-Brasil, entre 2020 e 2022, o que tornou o Acre o estado líder na Região Norte.
Os dados foram divulgados pelo Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre e a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape) sobre o setor de produção extrativa de Castanha-do-Brasil. Segundo os números, o valor acumulado no período avaliado foi de R$ 405,9 milhões na produção de produto. Em toda Amazônia Legal, o valor acumulado no período avaliado foi de R$ 405,9 milhões na produção do produto.
Os pesquisadores avaliaram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Embrapa sobre a produção de Castanha-do-Brasil na Amazônia Legal nos últimos três anos. A região, que é composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins, e corresponde a 60%¨do território nacional.
Conforme o levantamento, nos últimos três anos, a produção média anual da extração de castanha do Brasil apresentou uma renda no valor de 135,3 milhões na Amazônia Legal. Por ano, a geração de renda no Acre com a castanha do Brasil foi de 42,8 milhões. Aparecem logo atrás no ranking o Amazonas, que obteve R$38,9 milhões e o Pará, que arrecadou 23,1 milhões.
Sobre a produção, no período avaliado, o Acre produziu mais de 8,2 mil toneladas de castanha do Brasil, chegando a um total acumulado de 24,8 mil toneladas nos três anos. O estado acreano é vice-líder na produção do produto, atrás apenas do Amazonas, que produz 12,5 mil toneladas anualmente. Em toda Amazônia Legal, a média anual da produção foi de 34,6 mil toneladas.