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Aluna xinga e grava racismo contra professor: “Macaco”

Por Metrópoles

Um vídeo gravado em uma escola pública de ensino fundamental de Ceilândia mostra quando uma aluna faz ofensas racistas contra o professor, em sala de aula. “Esse macaco tirou ponto meu”, disse a estudante, nessa quinta-feira (6/6).

Veja o vídeo:

Nas imagens, é possível ver a aluna xingar colegas dentro da sala de aula e depois usar termo racista e tom pejorativo para reclamar da decisão do educador, que a penalizou pelo seu comportamento.

“Eu tava conversando, hablando, sendo feliz e aí esse macaco, esse preto, tirou ponto meu”, disse a estudante. Por fim, a jovem começa a gravar o professor, alheio às ações da estudante.

O vídeo foi gravado no celular da própria adolescente, ainda em sala de aula, no Centro de Ensino Fundamental 30, em Ceilândia. Também é possível ver uma segunda estudante, que completa as falas da primeira colega.

Material cedido ao Metrópoles

Racismos na escola

Esse é o quarto caso de racismo em escolas do DF noticiado pelo Metrópoles apenas neste ano.

Em 3 de abril, a Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, localizada na Quadra 906 da Asa Sul, publicou uma nota de repúdio na qual relata um crime de racismo sofrido pelos estudantes da instituição durante uma partida de futsal contra um time de alunos do Colégio Galois.

Em 1º de maio, também deste ano, a família de uma adolescente de 15 anos, estudante do 9º ano do Colégio Pódion, na 713 Norte, denunciou um caso de racismo e preconceito sofridos pela jovem durante um jogo de queimada na escola. O caso é de 19 de abril, mas só veio à tona no mês seguinte.

E em 27 de maio, os pais de um adolescente de 14 anos denunciaram os ataques racistas recebidos pelo filho. Na ocasião, um colega ofendeu o rapaz durante um jogo de futebol no Colégio Sigma, da 916 da Asa Sul, em março deste ano.

Para Sabryna Melo, mãe do adolescente vítima do caso registrado em 27 de maio, não são os casos que estão aumentando, mas sim as denúncias, feitas pelos pais e demais membros da comunidade. “Quando a gente decidiu denunciar o que aconteceu com nosso filho para a imprensa, nós ficamos com muito medo de quais seriam as reações dos colegas da escola, e como seria o dia seguinte [à publicação da matéria]. Só que nós decidimos que isso era necessário, porque a denúncia é a única forma de garantir a defesa e a justiça efetiva contra esse e outros casos de racismo pelos quais os nossos filhos ainda precisam enfrente”, concluiu.

Acionada, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) declarou em nota que a equipe gestora do CEF 30 de Ceilândia tomou conhecimento do ocorrido por meio da demanda enviada pelo Metrópoles e está apurando o caso internamente, uma vez que o vídeo disponibilizado na demanda não chegou ao conhecimento da direção da escola. “Todas as medidas para a elucidação do ocorrido serão realizadas e as medidas pertinentes serão tomadas”. A escola ressalta que não compactua com nenhuma forma de discriminação.

“A SEEDF orienta a todas às unidades escolares do Sistema de Ensino do Distrito Federal que abordem, de maneira transversal e ao longo de todo o ano letivo, conteúdos relativos aos direitos humanos conforme preconizado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96). A pasta reafirma seu compromisso constante em promover e incentivar ações que estimulem a paz, a cidadania, a solidariedade, a tolerância e o respeito à diversidade em todas as unidades escolares, sejam elas públicas ou privadas. Essa postura é fundamental para criar e manter um ambiente educacional inclusivo e respeitoso para todos os envolvidos”, disse.

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