Levantamento do Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18), coloca Rio Branco na posição 138 entre as cidades que mais registraram mortes violentas no país a cada 100 mil moradores. Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, com base no ano de 2022 e coletados junto ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Com uma população de 364.756 em 2022, o município de Rio Branco registrou 25,8 homicídios a cada 100 mil habitantes e nenhuma outra cidade do Acre aparece no ranking do Atlas, que tem 319 municípios brasileiros.
Três das capitais da região Norte ficaram entre as mais violentas: Macapá (AP) na 22º posição, com 55,87 homicídios a cada 100 mil pessoas para uma população de 442.933, seguida de Manaus, na posição 23, com 55,7 mortes a cada 100 mil pessoas, tendo uma população de pouco mais de 2 milhões. Porto Velho vem em terceiro, na 41ª posição, com uma taxa de homicídios de 47,6 por 100 mil entre 460.434 moradores, em 2022.
No geral, nas capitais brasileiras, as taxas de homicídios estimados em 2022 variaram entre 8,9 e 66,4 mortes por 100 mil habitantes.
Bahia lidera violência com 7 cidades
Os municípios mais violentos do país estão na Bahia, tendo 7 cidades entre as 10 primeiras com a maior taxa de homicídio. O destaque é para Santo Antônio de Jesus, considerado o mais violento do país, com 94,1 mortes por 100 mil habitantes. De acordo com o Censo de 2022, Santo Antônio tem 103 mil moradores.
Rio Branco reduz número de mortes ocultas
Rio Branco foi mencionada positivamente pelo levantamento, ao apresentar valores pequenos com relação aos homicídios ocorridos entre as capitais. A capital acreana teve apenas um, seguido por São Luís (MA) com 2 óbitos ocultos e Vitória (ES), com 3 mortes nesta categoria. Somente João Pessoa (PB) e Florianópolis (SC) zeraram essa estatística.
O que são os homicídios ocultos e como classificá-lo
Os homicídios considerados ocultos são aqueles óbitos classificados no Sistema de Informações sobre Mortalidade, o SIM, do Ministério da Saúde, como mortes violentas com causas indeterminadas, as chamadas MVCIs, mas que seriam homicídios.
Para se chegar a esse número, é preciso entender que as MVCIs são, na verdade, homicídios, suicídios ou mortes ocasionadas por acidentes, mas para as quais as autoridades não puderam ou não souberam estabelecer a causa correta.
Desse modo, busca-se quantificar os homicídios “ocultos” nessa cifra por um método criado em 2023, baseado na técnica de machine learning. O método de aprendizado supervisionado soluciona problemas de classificação, com base nos microdados de mais de 3 milhões de mortes violentas no Brasil entre 1996 e 2021.
Em síntese, o principal algoritmo utilizado “aprende” as características associadas às vítimas e aos aspectos situacionais relacionados aos homicídios, acidentes e suicídios registrados no SIM.
Analisa idade da vítima, sexo, raça/cor, estado civil, escolaridade, local do óbito, instrumento da causa básica do óbito, ano, mês e dia da morte, além do estado da federação de residência. Então, classifica as MVCIs de acordo com a semelhança destas aos óbitos conhecidos.