Bittar justifica voto contra cassinos e jogos com risco de caírem nas mãos de criminosos

Senador afirma que país não toma conta da segurança e que dinheiro de jogos poderia ser dominado pelo crime organizado

O senador Márcio Bittar (MDB-AC), disse ao Contilnet na noite desta quarta-feira (19), que seu voto contra a aprovação do funcionamento de cassinos, bingos e de casas de apostas de jogos de azar no Brasil, não tem nenhuma orientação ideológica ou religiosa.

Bittar disse que, por ser liberal na economia, até teria razões para votar a favor a fim de prestigiar a iniciativa privada, mas não o fará porque, diferente do que ocorre na Europa ou nos Estados Unidos, a administração dos jogos e o dinheiro que correria através das apostas, “iria cair nas mãos do crime organizado”.

Marcio Bittar/Foto: ContilNet

“Foi a questão da segurança pública que me convenceu do contrário”, disse Bittar. “Afirmo isso porque o governo brasileiro, em muitas partes do território nacional, como na Amazônia e no nosso Acre em particular, já perdeu a soberania sobre os territórios. Os organismos de segurança já admitem que, em boa parte da Amazônia, quem manda são as facções criminosas”, lembrou.

Márcio Bittar lembrou que em São Paulo, por exemplo, os organismos de segurança trabalham com a informação de que postos de gasolina e rede de farmácias caíram nas mãos de criminosos. “Quem pode garantir que os cassinos e os jogos de azar não cairão também nas mãos de criminosos?”, indagou.

Cassinos/Foto: Reprodução

Márcio Bittar disse ainda que, no momento, o governo brasileiro deveria se preocupar em obter mais recursos para investir em segurança pública. “Saúde, Segurança e Educação no país estão um caos. Para Educação e Saúde há dinheiro, muito dinheiro. O que falta é gestão para saber gastar. Mas, para a Segurança, além da gestão, falta dinheiro. E como é que este Governo, que não dá conta da segurança, quer aprovar uma lei que poderá botar ainda mais dinheiro nas mãos de criminosos?”, voltou a indagar

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