17 de junho de 2024

Blog do Ton: o que há por trás da estratégia de comunicação da esquerda acreana

Que nenhum coordenador de campanha dê essas eleições por vencidas

Antes de mais nada, é sempre bom deixar claro que o assunto a ser posto na mesa não é ideológico, e sim comunicacional. Portanto, esta santa coluna está pouco se lixando para sua ideologia. Mas para os que gostam dos assuntos das áreas de estratégia de comunicação e marketing, semiótica e afins, existe um movimento que precisa ser muito bem observado: o da esquerda no Acre.

Sofrendo revezes desde 2018, quando o governador Gladson Cameli (PP-AC) foi eleito em momento histórico, após décadas de supremacia da Frente Popular, a esquerda acreana começou a viver momentos de rejeição — há de se ressaltar que isso também reflete uma tendência nacional, onde começou a imperar as pautas dos costumes, agenda religiosa e por aí vai.

Jorge Viana e Daniel Zen, líderes do PT no Acre/ Foto: Reprodução

Mais precisamente em 2022, o Acre conheceu um novo Jorge Viana. Simpático ao agro, rendido às redes sociais, esse novo JV em nada lembrava o Jorge dos tempos de florestania e pouco acessível. De lá pra cá — e isso também segue um padrão nacional, com Lula bem mais próximo do centrão desde o período que antecedeu às eleições — os movimentos por aqui foram o de se aproximar de figuras antes ignoradas, como o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) e o próprio governador Gladson Cameli (PP-AC).

Agora, nas eleições de 2024, mídias, materiais de divulgação e parceiros trabalham a todo tempo a ideia de que o grupo que hoje faz oposição não é tão feioso assim. É agradável. E não tem nada de errado ser assim — e para essa quebra de objeção, a principal arma é dizer que os principais nomes da dita direita já passaram por lá.

Se vai ou não funcionar, só o tempo dirá.

PSD NA ALEAC — Vamos às contas. O PSD tem dois deputados na Aleac, certo? Isso mesmo. Se um é destituído líder, o outro naturalmente assume. Certo? É o que deveria ser, mas não é na prática. Ao deixar a liderança vaga, o senador Petecão está dizendo claramente que não possui nenhum deputado da sua confiança.

NÃO PODE RECLAMAR — O ex-presidente da Fundhacre, o pré-candidato a vereador João Paulo Silva, pode reclamar de qualquer coisa. Menos de que não foi avisado de que ao seu derredor, estavam pessoas de pouca confiança, que se beneficiaram de sua gestão mas lhe faltavam o raro predicado da lealdade.

DE OLHO NO MANDATO — Existe, dentro do PSD, mais gente de olho no mandato do Pablo Bregense, do que disposto em liberar o deputado para que se filie em outra sigla. O caminho que isso vai levar, só Deus e a justiça eleitoral sabem.

INADMISSÍVEL — O Brasil não vive uma crise de abortos. Mas vive uma crise de estupros, onde a cada 8 minutos uma menina ou mulher é violentada. É inadmissível que o Congresso discuta uma lei onde a pena de uma vítima de estupro (até 20 anos) seja menor que aquele que comete (8 anos).

DEIXARÃO? — Ninguém é a favor do aborto. Portanto, é de uma burrice tamanha levar essa discussão para o viés ideológico/religioso. Essa é uma questão de saúde pública. Aliás, mulheres com poder aquisitivo sempre tiveram acesso a clínicas — clandestinas! — de aborto, mas com estrutura de ponta. Não acredito que deixarão de ter com a tal lei aprovada. Ou deixarão?

MICHEL MARQUES — O pré-candidato a prefeito de Bujari, Michel Marques (UNIÃO-AC) fez uma festança para anunciar sua empreitada à prefeitura, e contou com o apoio massivo tanto de líderes políticos quanto do povo. Esses dois ingredientes que garantem uma caminhada bem-sucedida, e nisso Michel dá exemplo a muitas campanhas pelo Acre. De gente que, inclusive, está no poder.

SENTARAM EM CIMA — Nos corredores da Aleac, voltaram a falar das famosas caronas da educação, que seriam alvo de discussão no parlamento. Mas como bem diz o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB-AC), sentaram em cima.

O CONTRÁRIO — Não será adiantando as disputas de 2026 que a dita direita acreana entrará num consenso. Aliás, é o contrário. Na esquerda, por exemplo, isso nem se discute. Sabem que isso é passível de discussão somente depois das eleições decididas. Mas é só um exemplo.

QUAL A NECESSIDADE? — Outra coisa que ninguém vê a oposição discutindo é Mesa Diretora da Câmara. Qual a necessidade de adiantar esse assunto, sendo que ainda não existe nenhum vereador eleito?

MESA DIRETORA DA ALEAC — Aliás, por falar em Mesa Diretora… lá pelas bandas da Aleac, fala-se muito em adiantar as eleições, que normalmente seriam em fevereiro. Mas isso é assunto para outra coluna.

BATE-REBATE

– Mesmo sendo contra o aborto, a ministra Marina Silva diz que o PL que equipara o ato a homicídio é desumano (…)

– (…) O nome disso é coerência.

– A nota do deputado estadual Pablo Bregense, ao melhor estilo Neymar (errei, fui moleque) não tocou o coração da Tenda Amarela (…)

– (…) Pelo menos não dos mais altos cardeais.

– Agora, se os deputados trocam o PSD, que tem cacique, pelo PDT, que tem outro cacique, será o mesmo que trocar seis por meia dúzia (…)

– (…) No Acre, PDT é acrônimo de Partido Do Tchê.

– Em Porto Acre o Zé Maria não poderia ter achado candidato a vice melhor (…)

– (…) É Zé Maria prefeito, com Zé Maria vice!

– Que nenhum coordenador de campanha dê essas eleições por vencidas (…)

– (…) Não existe nenhum imbatível que não possa ser destronado nas urnas!

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