Brasileiro é preso nos EUA suspeito fazer cirurgias plásticas sem licença em clínica

Adley da Silva já pagou fiança e foi liberado pelas autoridades americanas

Quatro pessoas, entre elas um brasileiro, foram presas no estado americano da Flórida por envolvimento com um “spa médico” que realizava procedimentos cirúrgicos irregulares. Natural de Recife (PE), Adley da Silva, de 51 anos, fez cirurgias mesmo sem ter a licença médica devida, segundo apontam as investigações do Departamento de Polícia da cidade de Port St.Lucie, na última terça-feira. O brasileiro é assistente médico e proprietário do estabelecimento.

Brasileiro é preso na Flórida por fazer cirurgias sem licença — Foto: Reprodução

Após cirurgias malsucedidas, clientes da empresa sofreram com complicações e infecções, segundo a polícia. Detido no dia 14 de junho, Adley da Silva pagou a fiança na semana passada e já deixou a custódia policial, de acordo com o canal de televisão NBC.

Batizada de “Cosmetica Plastic Surgery and Anti-Aging”, a clínica do brasileiro é alvo de investigações das autoridades locais desde 2022. Naquele ano, o Departamento de Saúde da Flórida suspendeu a licença do estabelecimento. Em 2023, o registro comercial da empresa foi cassado.

— Eles estavam fazendo procedimentos de lipoaspiração. Eles estavam aplicando injeções de gordura. Eles estavam fazendo “levantamento de bunda brasileiro”. Eles estavam fazendo aumentos nos seios. Então, você pode imaginar as áreas do corpo que acabaram infeccionadas — disse Leo Niemczyk, chefe assistente da polícia local ao canal CBS.

Uma das investigadas, Kiomy Quintana, é mulher do brasileiro. Assim como o marido, ela ajudava a tratar os pacientes, mesmo sem ter a licença médica necessária. Outros dois envolvidos são Diane Millan e Fermal Simpson, que também teriam participado de cirurgias malsucedidas.

Assistente médico, Adley da Silva diz ter em seu perfil no Linkedin um mestrado em “Ciência Médica” na Nova Southeastern University, na Flórida, feito entre 2009 e 2012. Além disso, ele tem graduação em Finanças e Marketing Internacionais na Universidade de Miami.

Para se tornar um assistente médico, as normas americanas requerem menor tempo de formação do que é necessário para se formar em Medicina. Além disso, esses profissionais precisam trabalhar diretamente sob a supervisão de um médico. Já para realizar cirurgias como as feitas na clínica de Port St. Louie, a legislação da Flórida exige que os médicos tenham completado uma residência em cirurgia geral de 5 anos e uma em cirurgia plástica de 3 a 6 anos.

As investigações tiveram início após um médico associado ao consultório ter tomado conhecimento das cirurgias irregulares. Até o momento, quatro pacientes que sofreram com complicações cirúrgicas foram identificadas pelas autoridades americanas.

— Temos uma vítima com uma quantidade significativa de pele faltando em seu abdômen. Não há outra maneira de descrever isso, mas como resultado ocorreram infecções graves e malfeitas — disse Niemczyk.

Em nota enviada a CBS, a defesa de Adley da Silva negou ter atuado sem supervisão de um cirurgião plástico, além de afirmar que o profissional tem o treinamento necessário para realizar os procedimentos. “Adley nunca se passou por médico e nunca instruiu ou permitiu que sua equipe se referisse a ele como médico. Pelo contrário, Adley sempre deixa claro que é médico assistente”, diz ainda a nota.

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