Caminhar 7,5 mil passos por dia ajuda a controlar a asma, diz estudo

Estudo brasileiro avaliou a influência da atividade física e do comportamento sedentário no controle clínico de adultos com asma

Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e publicado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice em março revelou que caminhar pelo menos 7,5 mil passos diários pode auxiliar no controle da asma moderada ou severa em adultos.

Foram analisados dados de 426 pessoas das cidades de São Paulo e Londrina com asma moderada a grave, e incluídas avaliações de atividade física e tempo de sedentarismo, de controle clínico da asma e de qualidade de vida. Além disso, sintomas de ansiedade, depressão, dados antropométricos e de função pulmonar também foram investigados.

“Observamos que, quanto mais atividade física a pessoa com asma realiza, melhor é o controle de sua doença”, conta Fabiano Francisco de Lima, pesquisador da FM-USP (Faculdade de Medicina da USP) e primeiro autor do trabalho, em entrevista à Agência Fapesp.

Os participantes foram divididos em quatro grupos: ativo/sedentário, ativo/não sedentário, inativo/sedentário e inativo/não sedentário. As pessoas que relataram caminhar pelo menos 7,5 mil passos por dia apresentaram melhores pontuações na avaliação de controle clínico da doença, independente de também terem comportamento sendentário.

Os pesquisadores pontuaram que o tempo sedentário e obesidade não apresentaram correlação com a redução de sintomas. A porcentagem de pacientes com asma controlada foi maior nos grupos ativo/sedentário (43,9%) e ativo/não sedentário (43,8%) do que nos grupos inativo/sedentário (25,4%) e inativo/não sedentário (23,9%).

Os resultados sugerem ainda que fatores emocionais, como ansiedade e depressão, dificultam o controle da doença.

Ativos mas sedentários

Considerado pelos editores da revista científica como um artigo transformador para a prática clínica, o estudo propõe que as recomendações médicas e as políticas públicas direcionem seus esforços para estimular o aumento da prática de atividades físicas, em vez de apenas se concentrar na diminuição do sedentarismo.

Embora sejam vistos como hábitos opostos, a prática de atividades físicas e o comportamento sedentário podem coexistir. Uma pessoa pode passar mais de 8 horas do dia sentada no trabalho, caracterizando um comportamento sedentário, e ainda assim ser fisicamente ativa se realizar ao menos 150 minutos de exercícios moderados por semana.

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