Chico Buarque, 80 anos: Por trás das canções para o cinema

Em entrevista para série, compositor recorda suas criações para filmes e deixa gosto de “quero mais”

Vinte minutos é um tempo muito curto para tratar da vasta produção de Chico Buarque para o cinema. Essa limitação prejudica o primeiro episódio de “Na trilha do som”, série apresentada pelo crítico de cinema e DJ Marcelo Janot no Canal Curta!. Fica o gosto de “quero mais”.

Os oito capítulos são entrevistas com autores brasileiros de música para cinema. Os outros são Antonio Pinto, André Abujamra, Plínio Profeta, David Tygel, DJ Dolores, Gilberto Gil e Remo Usai. A estreia é amanhã, às 20h30, e a série continua nas próximas segundas-feiras.

O fato de ser uma entrevista com Chico vale o programa de abertura. Há imagens dos filmes abordados, mas o melhor é vê-lo recordando como as canções foram feitas e explicando que o seu papel é traduzir o que o diretor deseja. “Tem que tentar adivinhar, fazer uma coisa que seja minha e dele também. É uma parceria”, diz ele.

Nara Leão, Chico Buarque e Maria Bethânia em “Quando o carnaval chegar” (1972), de Cacá Diegues — Foto: Arquivo / Cinemateca Brasileira

Com exceção de Gil, os outros compositores da série criam trilhas que perpassam todo o filme, incluindo temas instrumentais e vinhetas. Chico só fez uma música instrumental na primeira colaboração para cinema, em 1966, aos 22 anos: o longa “O anjo assassino”, de Dionísio Azevedo.

No restante dos trabalhos, fez canções. E parte delas está na extensa lista de momentos altos de sua obra. Para ficar só em três comentadas no episódio, “Joana Francesa” (1973), “O que será” (de “Dona Flor e seus dois maridos”, de 1976) e “Bye bye Brasil” (parceria com Roberto Menescal, de 1979).

Ainda criou para “Quando o carnaval chegar” (1972), “Vai trabalhar, vagabundo!” (1973), “Os saltimbancos trapalhões” (1981), “Para viver um grande amor” (1983), “Ópera do malandro” (1985) e muito mais.

Chico diz que seus contatos iniciais com cinema, quando morava em São Paulo, foram com “Sansão e Dalila” (1949), operetas italianas e musicais de Hollywood.

E, diante de uma pergunta de Janot, ressalta que não tem interesse em composições autobiográficas. “Quero ser outro, dizer coisas que eu nunca disse e até nunca pensei”, afirma.

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