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Com menor nível para junho desde 1970, baixo nível do Rio Acre preocupa navegantes; ASSISTA

Por Suene Almeida, ContilNet

O período de estiagem mal teve início no estado do Acre e o nível do Rio Acre já se encontra em níveis críticos extremos na capital acreana. Neste mês de junho, o afluente está abaixo dos dois metros, a menor marca já registrada desde a década de 70 em Rio Branco para o mês de junho.

A menos de 70 centímetros da cota histórica, quando o rio registrou 1,25 metros em setembro de 2022, o baixo nível já vem causando diversos prejuízos, como o desabastecimento em comunidades rurais, dificuldade nas produções, e em especial, a navegação.

O rio está com o menor nível para junho desde a década de 70/ Foto: Juan Diaz, ContilNet

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Com o leito do rio mais raso, embarcações enfrentam dificuldades para trafegar, resultando no aumento das horas de viagens e até mesmo na interrupção de algumas rotas. Um exemplo é Luciana Alves, moradora do Ramal do Catuaba, bairro Belo Jardim, que todas as semanas enfrenta duas horas de viagens pelo Rio Acre para transportar sua produção até o Centro de Rio Branco.

“Está muito difícil para a gente navegar, está muito seco e tem lugar que não dá mais para passar. Tá complicado o negócio”.

Além da navegação dificultada, o consumo de água potável também acaba se tornando um desafio para os moradores da região, conta ela.

Luciana relata a dificuldade na navegação pelo rio/ Foto: Juan Diaz, ContilNet

“Os poços lá já estão secando, mas muita gente usa a água do rio. Temos que ficar de olho todos os dias nos mergulhões, pois hoje ele tá aqui, amanhã já está lá embaixo”, conta.

Outro trabalhador que revelou está assustado com o baixo nível do rio neste ano é o catraieiro Antônio Viana, que em 24 anos de profissão disse nunca ter visto o afluente nessas condições em pleno mês de junho.

Antônio trabalha como catraieiro há 24 anos/ Foto: Juan Diaz, ContilNet

“Eu trabalho há 24 anos nesse rio e nunca tinha visto essa situação nesta época. Está aparecendo Cachoeira aqui nessa região já, sempre apareceu, mas não tão cedo assim. A cada dia ele está vazando mais. Tem lugares que já conseguimos tocar com o remo. Se não der uma chuva, a tendência é vazar mais ainda, e ainda tem os próximos meses em que ele fica mais seco”, ressaltou.

Antônio conta que teme pelos próximos meses e relembra a seca de 2005. “A única vez que eu vi uma seca tão forte foi em 2005. Pelo jeito que estou vendo, vai bater essa seca. Até para o nosso trabalho dificulta, agora temos que mais para baixo para que as pessoas consigam entrar na catraia”, explica.

Assista a vídeorreportagem completa sobre o Rio Acre:

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