Criança que revelou abusos em redação da escola era estuprada pelo padrasto quando mãe saía para trabalhar, diz delegado

Segundo delegado, criança contou ao psicólogo da polícia que abusos eram semanais. Redação foi escrita durante campanha de conscientização sobre abuso sexual infantil.

A menina de 10 anos que revelou sofrer abusos sexuais do padrasto por meio de uma redação na escola, disse à polícia que os abusos aconteciam sempre que a mãe saía de casa, em Corumbá de Goiás, no centro do estado. Segundo o delegado responsável pelo caso, Tibério Martins, a criança contou ao psicólogo da polícia que os abusos eram semanais.

Criança escreve redação sobre abuso sexual e padrasto é preso, em Corumbá de Goiás/Foto: Divulgação/Polícia Civil

“A criança narrou que sempre que a mãe saía para trabalhar, os abusos aconteciam. A gente sabe que ela passou por abusos desde o fim de 2023 até este mês. Eram frequentes, eram semanais esses abusos, como a criança descreveu para o psicólogo”, disse o delegado.

O padrasto foi preso na sexta-feira (14). O delegado informou que o suspeito negou a prática dos crimes contra a criança em interrogatório. O g1 não conseguiu contato com a defesa do suspeito até a última atualização desta reportagem.

Segundo a Polícia Civil, a criança escreveu a redação contando uma história fictícia com um personagem que narrava os abusos sofridos, após uma palestra do Maio Laranja, campanha de conscientização sobre abuso sexual infantil. Além do texto, a vítima escreveu um bilhete para a educadora informando que o padrasto colocava a mão dela em partes íntimas dele.

Homem é preso suspeito de estuprar a enteada de 10 anos, em Corumbá de Goiás, Goiás/Foto: Divulgação/Polícia Civil

De acordo com a investigação, após a palestra, a criança procurou a professora e disse que já tinha sentido os “sintomas pós abuso” citados durante a campanha. “Isso já aconteceu comigo. Fiz xixi na cama e senti coceira”, disse a criança à professora.

O Conselho Tutelar e a Polícia Civil foram acionados pela professora e encaminharam a menor para o acompanhamento psicológico de crianças e adolescentes vítimas de abusos. De acordo com a investigação feita a partir de um relatório técnico detalhado, o padrasto cometia os abusos desde dezembro de 2023.

A polícia disse que a mãe da criança não tinha conhecimento nem participação nos crimes. O padrasto foi preso preventivamente após a Justiça acatar o pedido feito pela polícia.

O suspeito deve responder pelo crime de estupro de vulnerável e, se condenado, pode permanecer preso por até 15 anos. O padrasto foi encaminhado para o presídio de Anápolis e deve permanecer à disposição da Justiça.

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