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Em 2024, apenas 50% dos bebês nascidos no Acre fizeram teste do pezinho; exame identifica doenças

Por Vitor Paiva, ContilNet

A triagem neonatal, popularmente conhecida como teste do pezinho, tem como objetivo detectar uma série de doenças, sendo as principais fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.

O teste é feito no calcanhar do recém nascido, pois é um local do corpo com muitos vasos sanguíneos assim como seguro para fazer a coleta. Em certos casos também é possível que seja realizada através de punção venosa. 

Desde 2021 o exame é utilizado para detectar mais de 50 doenças diferentes, sendo um direito das crianças, e um dever dos pais, já que desde 1992 é obrigatória a sua realização no Brasil, onde deve ser realizado a partir das primeiras 48 horas de vida da criança, até o seu quinto dia de vida.

O prazo para a realização do teste é estipulado pois quando a criança está no ventre, a placenta filtra algumas substâncias que podem ser tóxicas e levar a uma doença metabólica, por isso é necessário o intervalo inicial de 48 horas.

As testagens no estado giram em torno dos 50%, reforçando a disparidade existente em todo o país/Foto:Reprodução

No estado do Acre, os dados dos últimos anos apontam que, em 2022 e 2023, foram registrados 12.110 e 12.442 testes, respectivamente. A de fins mensuração da cobertura, em 2022 e 2023, nasceram 24.715 e 25.773, respectivamente, o que representa 50,09% e 48,27% .  Vale destacar que alguns estados atingem marcas de apenas 24% dos nascidos vivos que são testados.

Em 2024, já foram registrados 4.726 exames entre janeiro e maio e, caso o ritmo se mantenha constante até o fim o período, serão realizados aproximadamente 11.342.  Até o momento, registra-se 9.410 nascimentos no estado neste ano, com as testagens marcando cerca de 50,22%. Os dados relativos à testagem foram coletados junto à Secretaria de Estado de Saúde do Acre, enquanto os valores de nascidos são do portal da transparência.

Nacionalmente, os dados mostram que ainda existe uma certa disparidade entre o número de crianças nascidas e aquelas que realizaram a triagem neonatal. Em 2020, de acordo com os dados do  Programa Nacional de Triagem Neonatal, 2.726.025 crianças nasceram, e destas, 2.249.844 realizaram os testes representando um total de 82,53%.

Porém, deste montante, pouco mais da metade, 58,06%, efetivaram os exames no período recomendado, que é depois das primeiras 48 horas de vida, até o quinto dia de nascimento. Além do teste básico, é possível rastrear doenças como deficiência de leucinose, galactosemia, glicose-6-fosfato desidrogenase e toxoplasmose congênita. Os planos ainda são para que, com o passar do tempo, cada vez mais doenças sejam detectadas através do mesmo exame.

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