As forças armadas da Bolívia, incluindo o exército, ocupam militarmente os postos de combustíveis do país nas regiões de fronteira com o Brasil, como é o caso das cidades de Epitaciolândia e Brasiléia, no Acre, para evitar que brasileiros adquiriam gasolina e óleo diesel para venderem no território brasileiro, de forma clandestina.
O governo boliviano e os revendedores de combustíveis acusam brasileiros de aproveitaram os preços baixos dos produtos na Bolívia para comprá-los e os comercializarem em quantidades elevadas fora do país, de forma contrabandeada.
As operações militares nos postos de combustíveis começam nesta quinta-feira (13), nas cidades de Guya-Merin, que faz fronteira com Guajará Merim, em Rondônia, e em Cobija, na fronteira com o Alto Acre.
O governo da Bolívia justifica as operações informando que é necessário garantir o abastecimento e atender a demanda interna, com os usuários há várias semanas estacionados em longas filas de veículos em busca de abastecimento de diesel e gasolina.
As Forças Armadas estão mobilizadas nos diferentes postos de abastecimento do país para impedir o desvio ilegal de combustível. Uma medida semelhante está sendo realizada na fronteira da regional com Epitaciolândia e Brasiléia, onde está sendo reforçando fiscalizações, para evitar entrada e saída de alimentos (secos e molhados).
“Temos feito um esforço para garantir, por isso orientamos as Forças Armadas a contribuir com o abastecimento. Haverá militares nos postos de serviço”, anunciou o presidente da Bolívia, Luis Arce em entrevista coletiva, em La Paz.
A operação será realizada com militares armados com metralhadoras. Eles darão plantão nos postos para evitar contrabando, principalmente de gasolina. “Nas fronteiras estamos reforçando o controle militar para evitar justamente que os alimentos que os bolivianos produzem com tanto esforço saiam por mãos irresponsáveis, que buscam apenas o lucro individual e não pensam nas necessidades coletivas”, acrescentou o presidente Arce, lembrado que países vizinhos como Argentina e Brasil tornaram-se destinos de produtos bolivianos como tomate e arroz devido à sua alta demanda.