Há cinco anos, católicos perdiam o bispo Dom Moacyr Grechi; relembre a trajetória

Depois de servir e influir nos movimentos sociais do Acre, religioso foi transferido pela Santa Sé para Porto Velho e lá renunciou em função de doenças e da idade avançada

Nesta segunda-feira (17), faz cinco anos que os católicos perderam um de seus líderes, dom Moacyr Grechi, então arcebispo emérito de Porto Velho (RO). Ele morreu na Capital de Rondônia onde foi bispo de 1998 a 2011, quando teve o pedido de renúncia, por idade, acolhido pelo Papa Bento XVI.

Em Rio Branco, no Acre, ele foi bispo prelado da Prelazia e depois da Diocese Acre e Purus de 1972 a 1998, quando foi transferido pela Santa Sé para Rondônia. Seu lema episcopal era: “O último de todos e o servo de todos!”, destacou a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), apontando o religioso como “sempre sensível à causa dos que sofrem”.

Dom Moacyr Grechi, bispo do Acre e de Rondônia/Reprodução

No Acre, segundo a CNBB, dom Moacyr, assumiu a defesa dos indígenas, dos seringueiros e dos trabalhadores rurais. Foi um dos criadores do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), entidade que presidiu por oito anos.

Em Rondônia, participou da criação da Faculdade Católica de Rondônia, bem como da Comissão Justiça e Paz. Atuou ainda como delegado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na Conferência de Aparecida, que aconteceu em maio de 2007. Dom Moacir também era membro da Comissão da Amazônia, embora nos últimos tempos estivesse afastado por razões de saúde. Também fez parte da Comissão Episcopal Pastoral e do Conselho Permanente da CNBB, além de ter atuado como membro da Comissão Episcopal de Doutrina da CNBB, entre 1995 e 2003. Dom Moacyr presidiu a CPT e o Regional Norte 1 da CNBB.

No Acre, a atuação religiosa de Dom Moacyr recebeu críticas ao longo dos anos de setores do agronegócio que o associavam ao crescimento do PT (Partido dos Trabalhadores) e suas lideranças em emergência, como Marina Silva, Chico Mendes, Jorge e Tião Viana, além do líder do Morhan (Movimento de Reintegração dos Hansenianos), Francisco Nunes “Bacurau”.

Dom Moacyr, que assumiu a Igreja no Acre face à morte de seu antecessor, Dom Giocondo Maria Grotti, num acidente aéreo em Sena Madureira, em 1971, chegava a rir de seus detratores quando o acusavam de ser um “padre vermelho”, alusão às pautas dos partidos comunistas. “Eles não sabem o que dizem”, afirmava.

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