17 de junho de 2024

IA vai transformar videogames, mas será caro, diz CEO da Ubisoft

A Inteligência Artificial (IA) generativa mudará profundamente a maneira como os videogames são criados e jogados

A Inteligência Artificial (IA) generativa mudará profundamente a maneira como os videogames são criados e jogados, mas seus custos são um obstáculo sério, disse o CEO da gigante francesa de jogos Ubisoft, Yves Guillemot, à AFP nesta segunda-feira (10). Durante um evento de apresentação dos próximos lançamentos da empresa, em Los Angeles, Guillemot afirmou que a IA generativa, ou Gen AI, poderia fazer com que jogos de mundo aberto, como a franquia “Assassin’s Creed”, parecessem ainda “mais vivos”.

Yves Guillemot, CEO da Ubisoft, durante evento de apresentação dos novos jogos da empresa — Foto: David Swanson/ AFP

Entre os jogos apresentados no evento estavam o aguardado “Star Wars Outlaws”, baseado no universo da icônica série de filmes, e “Assassin’s Creed Shadows”, que transporta a franquia de ficção histórica para o Japão feudal.

— O que vemos com a Gen AI é a possibilidade de que esses mundos abertos de ação e aventura sejam muito mais interativos e mais vivos — disse Guillemot. — Quando digo vivos… se você encontrar um personagem não-jogável, poderá falar com esse personagem e desenvolver um relacionamento com ele.

Guillemot descreveu a IA generativa, na qual programas de computador treinados criam de tudo, desde textos a vídeos em segundos com comandos simples, como “algo que transformará nossos jogos”. Mas com uma demanda pesada por processamento de computador e recursos para treinar os modelos, “o único problema é quanto isso vai custar”, disse Guillemot.

Desde a explosão do frenesi generativo com o lançamento do ChatGPT no final de 2022, as atenções estão voltadas para as maneiras como a tecnologia poderia mudar a indústria de videogames. Após uma forte alta durante a pandemia de coronavírus, a indústria de videogames tem enfrentado dificuldades, com uma onda de demissões e cortes de custos nas maiores empresas.

O setor também tem lutado com o domínio de títulos de franquia, como “Call of Duty” ou “Fortnite”, o que tem dificultado o surgimento de novos jogos. “Star Wars Outlaws” será lançado em 30 de agosto, enquanto “Assassin’s Creed Shadows” deverá estar disponível em 12 de novembro.

Apresentação de 'Assassin's Creed Shadows', em evento da Ubisoft — Foto: Robyn Beck / AFP

Apresentação de ‘Assassin’s Creed Shadows’, em evento da Ubisoft — Foto: Robyn Beck / AFP

Mudança para a nuvem

O jogo em nuvem, que tem ganhado força na indústria, permite aos usuários transmitir e jogar jogos de alta qualidade sem a necessidade de hardware caro ou consoles de jogos dedicados. Os defensores do jogo em nuvem dizem que a mudança poderia fomentar uma comunidade de jogos mais vibrante e conectada, à medida que liberta os usuários da dependência de um ecossistema de console, como o Xbox, da Microsoft, ou o PlayStation, da Sony.

— O que falta na indústria no momento são grandes inovações. Precisamos de Gen AI, precisamos da nuvem, para nos ajudar a trazer experiências realmente novas — disse Guillemot.

Guillemot vê com bons olhos os movimentos da Apple e de outros fabricantes de dispositivos para fortalecer seu hardware com chips mais poderosos, o que poderia tirar as crescentes necessidades de processamento dos jogos da nuvem e levá-las para o próprio dispositivo. Adicionar chips de IA a hardware como o iPhone ou um laptop “significará mais inteligência em nossos jogos” e também poderia aliviar as necessidades e custos da computação em nuvem.

— A IA está chegando — disse Guillemot. — Sabemos que ela pode ser um mercado de massa. O problema é que a adoção leva tempo e ainda temos a questão do custo.

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