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Idosos que se conheceram na escola estão juntos há 28 anos e nunca casaram: “Namorar é muito bom”

Por Maria Fernanda Arival, ContilNet

O dia 12 de junho é marcado no Brasil pela comemoração do Dia dos Namorados. Nas redes sociais, televisão e outdoors, diversos casais jovens estampam propagandas de marcas e lojas, dedicadas à data. Tradicionalmente, os idosos celebram a data com diversos anos de casamento, mas essa não é a história do casal Heloísa, de 66 anos, professora aposentada, e Lúcio, de 65, bancário também aposentado, que namoram há 28 anos e nunca casaram.

Em entrevista ao ContilNet, Heloísa contou que conheceu o namorado ainda na época da escola, quando estudavam no segundo grau juntos. “Nós estudávamos juntos no CERBR e na época ele já me paquerava. Pediu para namorar comigo, mas como eu escutei uma conversa que estava acontecendo uma aposta para saber quem namorava mais meninas da sala, eu não aceitei porque pensei que fosse apenas pela conquista”, explicou.

Após terminar o ensino médio, ambos seguiram suas vidas, mas anos depois Heloísa e Lúcio se reencontraram e decidiram sair para conversar sobre a vida. Naquela noite, em uma sexta-feira, no ano de 1996, como bem lembra Heloísa, eles decidiram que iriam namorar.

“Eu já tinha um filho, que tinha 5 anos, e tinha namorado. Ele também tinha namorada. Mas naquela noite ele disse que terminaria com ela e seríamos namorados. Eu concordei e também terminei meu namoro para ficarmos juntos. Assim estamos até hoje”, disse.

Heloísa e Lúcio em São Paulo/Foto: Cedida

Heloísa contou que até hoje cada um vive na sua casa e tem a sua rotina. “Nós nunca moramos juntos e nem casamos. Ele me pediu em casamento três vezes, mas eu nunca aceitei porque sempre ouvia das pessoas que a vida de casada era mais monótona, com o tempo os casais deixavam de sair e eu não queria aquilo. Ele até me disse que quando eu quisesse casar, eu teria que pedi-lo”, disse.

“Nossa vida era muito legal namorando, ainda é, nós saímos todos os finais de semana, só almoçávamos fora, íamos em Porto Velho e outros municípios por aqui. Achamos melhor continuar assim”, completou.

Heloísa contou também que cada um tinha seus afazeres e ajudavam nos cuidados das mães, já idosas. “Quando nós começamos a namorar, minha mãe ainda era jovem. Sempre viajamos juntos e deixávamos meu filho com a minha mãe, mas depois de um tempo passou a ir nós quatro nas viagens de fim de ano e férias”, explicou.

A mãe de Heloísa, quando ficou idosa, começou a necessitar de mais cuidados, e por isso Heloísa permaneceu morando com ela. “Eu cuidava da minha mãezinha, que morreu há um ano. Ele também cuida da mãezinha dele. Ele teve um problema de saúde e precisou viajar e a mãe dele sentiu muito a falta dele, pois ele é muito presente na vida dela, assim como eu era na da minha mãe”, contou.

O casal se conhece há, pelo menos, 35 anos, e namoram há 28/Foto: Cedida

Pedido de casamento

Nos últimos meses, Lúcio teve um problema de saúde e precisou viajar para São Paulo para tratamento e Heloísa foi sua acompanhante. “Nós passamos três meses lá e eu decidi que iria pedir ele em casamento. E pedi”, contou, rindo.

Ao ser questionado se agora morariam juntos após anos namorando, Heloísa disse que ainda está pensando na possibilidade. “Eu ainda não sei. Namorar é muito bom, você sente falta da pessoa porque não está todo dia com ela. A gente se fala quase todo dia, pois as vezes eu me sento para assistir alguma coisa e durmo, então vou logo para minha cama. Ele também tem os amigos dele e nós respeitamos muito o espaço do outro”, contou.

“Todos esses anos foram muito bom. Porque a gente em casas separadas, sentimos falta do outro, sentimos vontade de ver a pessoa, porque você não está com ela o tempo todo. Para mim, é uma experiência muito boa, porque eu sempre estou querendo vê-lo, querendo estar com ele. Depois quando ele vem me deixar em casa, é bom pois dá saudade de novo”, contou, rindo.

O casal se conheceu na adolescência/Foto: Cedida

Heloísa disse ainda que o casal não tem muita briga. “Não tem esse negócio de ciúmes, porque às vezes ele vai e sai com os amigos. Às vezes eu ligo para ele, pergunto o que está fazendo e ele diz que está esquentando o carro, pois ele tem dois, um fusca e um outro, então ele também cuida dos carros”, explicou.

A professora aposentada relembrou que o relacionamento dela com o bancário aposentado é com base no respeito. “É uma relação muito boa. Eu vejo muito casal com falta de respeito e com a gente não é assim, a gente se respeita e respeita o espaço do outro”, finalizou.

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