Marina alerta para secas severas na Amazônia e no Pantanal: “Estiagem será pior que 2023”

Ministra fala com conhecimento de causa e diz que governos estaduais das duas regiões precisam se preparar para os eventos

Com a autoridade de quem conhece o drama de perto e como poucas autoridades da atual composição da esplanada dos ministérios em Brasília, a acreana Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, vem alertando para mais um fenômeno de seca severa no Pantanal e na Amazônia em 2024. Segundo ela, será uma seca bem pior do que a registrada no ano passado e que será preciso se preparar para que os impactos da estiagem sejam minimizados.

De acordo com a ministra, como consequência da estiagem, são esperados grandes incêndios no Pantanal no período que vai de junho a setembro. Como ação para mitigar o problema, no último dia 5 de junho, no dia em que o mundo celebrou o Dia Internacional do Meio Ambiente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um pacto pela Prevenção e Controle de Incêndios com governadores de Estados que compõem esses biomas. A União quer estabelecer ações em parceria com governos estaduais para conter os impactos desses eventos na população, como reduzir o risco de desabastecimento. O governador do Acre, Gladson Cameli, participou do encontro e depois teve um encontro reservado com o presidente, no Palácio do Planalto.

Marina Silva em agenda na cidade de Brasiléia/Foto: Juan Diaz/ContilNet

“O que estamos vendo em chuva no Rio Grande do Sul e os efeitos dessa chuvas, vamos ver em estiagem na Amazônia e no Pantanal”, disse Marina Silva ao fazer o alerta durante a reunião. “Vamos ter um fenômeno terrível que são os incêndios e queimadas. Não é por acaso que nós temos trabalhado incessantemente”, acrescentou.”

A ministra afirmou também que alguns dos temas que estão no radar do governo no âmbito deste pacto são estratégias para manter o abastecimento de alimentos, medicamentos e combustíveis nas populações que vivem no Pantanal e na Amazônia. Na última seca histórica na Amazônia, registrada no ano passado, municípios ribeirinhos ficaram isolados e enfrentaram escassez de suprimentos devido à falta de navegabilidade nos rios.

“Tivemos que fazer uma operação de guerra para levar cestas básicas ano passado. Esse ano é fundamental esse preparo. Uma hora a gente está tendo que agir na seca e outra na cheia”, disse a ministra.

Além de Gladson Cameli, outros governadores participaram do evento e depois foram para um café com o presidente Lula. Estiveram no evento os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT); de Roraima, Antonio Denarium (PP); do Acre, Gladson Cameli (PP); do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB); e do Pará, Helder Barbalho (MDB). O Pará será a sede da COP-30, em 2025.

Além deles, o governador Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, compareceu ao evento no Palácio do Planalto. “A gente tem que prestar bem atenção no que está acontecendo aqui. A gente está tentando antecipar, tendo a clareza que vamos ter uma grande estiagem, com grande quantidade de matéria orgânica acumulada no Pantanal e o risco de incêndio é muito grande”, afirmou a ministra.

Marina Silva fez um pronunciamento oficial no Dia Mundial do Meio Ambiente no qual alertou sobre as mudanças climáticas. Na ocasião, Marina citou a tragédia do Rio Grande do Sul e argumentou que proteger o meio ambiente é “salvar vidas”.

PUBLICIDADE