Uma reportagem especial da Agência de Notícias do Acre sobre os transplantes de córnea realizados na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) conta um pouco da história de vida de Maria José Alves, de 52 anos, que foi uma das transplantadas e teve sucesso no procedimento.
Ela perdeu a visão depois de um acidente com um espinho de babosa.
“Estou muito feliz, realizada. Após espera de três anos, hoje veio a resposta. Perdi a visão depois de um acidente com um espinho de babosa, que inflamou, deu infecção e, quando sarou, perdi [a visão]. É muito ruim, porque vejo tudo embaçado, não dá pra enxergar. Me acidentei muito também caindo em buraco; a visão se atrapalha, fica tudo perto”, relata a paciente.
Maria ficou com a visão do olho direito toda comprometida e confessa que encontrou dificuldades para realizar algumas taferas no dia-a-dia.
“Limpar a casa, [usar o] telefone, olhar a TV também e mais caminhar, porque topo nos buracos, caio. [Quando o hospital avisou da cirurgia] fiquei muito feliz. Perdi o emprego por causa da visão e, quando ficar boa, vou voltar a trabalhar. Só tenho a agradecer imensamente, porque [a equipe da Fundhacre] é muito atenciosa”, complementa.
O filho, Marcelo Alves, comemorou a conquista da mãe.
“O sentimento é de gratidão também. Fico feliz; ela vai poder trabalhar, voltar a fazer o que sempre gostou de fazer, de ler, de estar mexendo no celular e também de caminhar. Fico preocupado porque ela topa no buraco, aí só escuto ela resmungando e, com essa bênção na vida dela, vai melhorar bastante”, contou.
Ao todo, o Acre já realizou 515 transplantes, transformando as vidas não apenas de acreanos, mas também de pacientes moradores de estados vizinhos e exterior, referenciados via Sistema Único de Saúde (SUS). Além dos 331 de córnea, são outros 88 de fígado e 96 de rim.