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Quem vive em união estável tem direito à herança no Brasil?

Por Estadão

Sim, no Brasil, quem vive em união estável tem direito à herança. A união estável é reconhecida pela legislação brasileira como uma entidade familiar e, por isso, confere direitos sucessórios ao companheiro sobrevivente.

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O Código Civil Brasileiro, em seu artigo 1.790, assegura direitos de herança ao companheiro em união estável, que passou a ter os mesmos direitos sucessórios que o cônjuge, equiparando a união estável ao casamento para fins de herança.

Foto: fizkes em Adobe Stock

Portanto, atualmente, o companheiro em união estável tem direito a uma parte da herança, conforme previsto para o cônjuge, dependendo do regime de bens adotado pelo casal e da existência de outros herdeiros, como filhos ou ascendentes.

Direitos do companheiro

Atualmente, os direitos do companheiro em união estável no Brasil são equiparados aos direitos da pessoa casada em diversos aspectos, especialmente após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017, que declarou inconstitucional o artigo 1.790 do Código Civil que tratava da sucessão do companheiro de forma distinta da do cônjuge. Contudo, a equiparação dos direitos ainda gera discussões e polêmicas.

Alguns pontos de divergência incluem:

Portanto, enquanto a legislação e a jurisprudência caminham para a equiparação total dos direitos entre companheiros em união estável e cônjuges, as discussões e os desafios práticos continuam a existir, sendo um tema de constante evolução e debate jurídico no Brasil.

Reforma do Código Cívil

Na proposta de reforma do Código Civil brasileiro, atualmente em discussão no Congresso Nacional, há mudanças significativas em relação aos direitos sucessórios de quem vive em união estável. A reforma sugere a criação de um novo estado civil para aqueles que vivem em união estável, reconhecendo-as como “conviventes”, fortalecendo a proteção e o reconhecimento jurídico desses casais.

Além disso, uma das alterações mais notáveis fica com a retirada dos cônjuges e dos companheiros da lista de herdeiros necessários. Isso significa que, com a mudança, haverá maior autonomia para disposição dos bens, não havendo mais a obrigação de deixar uma parte da herança para o cônjuge ou companheiro, como é atualmente exigido.

Essas mudanças visam simplificar a legislação, promover maior autonomia privada e incentivar o planejamento sucessório, permitindo que os brasileiros definam melhor como desejam distribuir seus bens. No entanto, a proposta tem gerado debates, especialmente em relação à proteção dos direitos dos companheiros em uniões estáveis, que podem ficar mais vulneráveis sem uma reserva obrigatória de herança.

Portanto, a reforma do Código Civil pretende modernizar e adaptar a legislação às novas dinâmicas familiares, mas também traz desafios e preocupações sobre a proteção dos direitos dos companheiros em união estável.

A reforma do Código Civil brasileiro está em um estágio avançado de tramitação no Congresso Nacional. O anteprojeto elaborado pela comissão de juristas já foi entregue ao Senado, onde passará por análises e possíveis modificações antes de ser protocolado como projeto de lei.

Como funciona em outros países

Os direitos dos companheiros em uniões estáveis variam significativamente ao redor do mundo. Em muitos países, os direitos podem ser semelhantes aos dos cônjuges casados, mas existem variações importantes. Aqui estão alguns exemplos:

Europa

Américas

Oceania

Ásia

África

A equiparação dos direitos dos companheiros em união estável aos dos cônjuges casados é um tema em constante evolução, com cada país adaptando suas leis de acordo com suas realidades sociais e culturais.

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