Rio Branco já está há 15 dias sem chuvas e volume pode chegar a zero em um mês; entenda os riscos

Em Rio Branco já são quase 30 comunidades rurais sofrendo os impactos da seca

Com a chegada do período de estiagem a capital acreana já vem sofrendo os impactos da seca desde o último mês, quando foram registradas somente duas chuvas. Segundo a Defesa Civil, já não chove em Rio branco há 15 dias, o que vem preocupando ainda mais as autoridades do município.

Desde o mês de maio o Rio Acre está abaixo dos três metros, se aproximando cada vez mais dos dois metros na capital. A previsão, segundo o diretor de Administração de Desastres da Defesa Civil em Rio Branco é que a capital, tenente-coronel Cláudio Falcão, possa ficar até 30 dias sem chuvas.

O Rio Acre está abaixo dos dois metros em Rio Branco/ Foto: Pedro Devani

“De agora em diante nós vamos entrar nos dois principais meses do ano que menos chovem, que é junho e Julho. E nós temos ainda mais meses pela frente. Agora a gente vai ter chuvas cada vez menos frequentes, podendo chegar a uma quantidade de zero o mês todo, como já aconteceu no passado”, alertou.

Em Rio Branco já são quase 30 comunidades rurais sofrendo os impactos da seca na capital acreana. De acordo Cláudio Falcão, as comunidades já estão sendo acompanhadas e sentindo a falta de água potável.

“Atendemos 29 comunidades rurais e todas que estão sendo visitadas já estão sofrendo com problemas. Todas estão sentindo a ausência de chuva, com poços e represas secando. A tendência é que a situação se agrave ainda mais”, ressaltou.

Tenente-coronel Cláudio Falcão/Foto: Juan Diaz/ContilNet

Além do baixo volume do Rio Acre, de açudes, poços e represas, causando problemas no abastecimento, a falta de chuvas pode acarretar, ainda, outro prejuízos para a população, como o aumento da temperatura, de queimadas e, consequentemente, a baixa qualidade do ar, explica Falcão.

“Se nós não temos chuva, nós não temos água suficiente em represas, não temos água suficiente no rio e nos poços. Tudo isso vai gerar uma grande consequência em relação a ausência de água, como a temperatura alta, que seca a vegetação. A umidade do ar cai e a qualidade do ar piora. E aí entra a questão toda queimada”, cita.

O baixo nível do rio para o mês de maio virou destaque no site “O Antagonista”, que classificou a situação como preocupante. “Especialistas alertam que essa baixa no nível das águas pode indicar a possibilidade de um período de seca que pode se antecipar e se tornar cada vez mais frequente em um menor espaço de tempo”, disse em uma reportagem, publicada na última sexta-feira (31).

O diretor de Administração de Desastres da Defesa Civil ressaltou, ainda, os prejuízos, em específico para a produção familiar do município, que segundo Cláudio Falcão, durante a seca severa de 2023 sofreu cerca de 40% de perdas.

“Principalmente a agricultura familiar, que são lavouras mais concentradas, tudo vai ter grandes prejuízos. No ano toda a plantação teve 40% de perdas, 60% se salvou. Esse ano pode ser repetir isso, mas ainda se você falar de lavoura, nós temos que acrescentar a piscicultura e também a pecuária, a questão da produção da bacia leiteira, tudo isso cai. Os prejuízos são muito grandes em relação a essa parte da agricultura”, enfatizou.

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