Interlocutor privilegiado do governo neste terceiro mandato do presidente Luiz no Inácio Lula da Silva na condição de antigo aliado do petismo na extinta Frente Popular do Acre, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) pode vir a ser um dos mais prejudicados caso se confirme o rompimento do PT com o PSD no bloco de sustentação do Governo no Senado Federal. Senadores petistas, citados pelo site Metrópoles, de Brasília, sob o sigilo de seus nomes, estariam anunciando que o rompimento seria por disputa por cargos na estrutura do Senado.
O que também ocorre nos bastidores de Brasília é um profundo descontentamento do petismo com o PSD, face ao fato de o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, ser secretário de Estado do Governo Tarcísio de Freitas, em São Paulo. Pragmático, Kassab, que foi ministro e homem de confiança do petismo no passado, vem se perfilando cada vez mais ao lado do bolsonarismo.
O PT trabalha com a hipótese de ter que enfrentar o governador Tarcísio de Freitas, representando a Direita e o bolsonarismo, numa eventual disputa pela presidência da República em 2026. Com Kassab cada vez mais perto do bolsonarismo, é cada vez mais do dificilil manter seu Partido perto do Governo, já que o presidente Lula se mostra disposto a disputar à reeleição.
São essas conjunturas que podem sobrar para o acreano Petecão, até aqui um parlamentar poderoso e com acesso aos ministérios e até à presidência, no Palácio do Planalto. Com o PT, o PSD integrava o chamado Bloco Parkamentar de Resistência Denicratica, que tem pelo menos 27 senadores agregados se se contar com o PSB, que também passou a integrar o bloco.
Mas, como o PSD é o maior partido do bloco, passou a ter mais cargos na estrutura do Senado e mais poder na hora de indicar presidentes de comissões importantes, como a de Segurança Pública, da qual Petecão é presidente. É o demasiado poder do PSD que estaria levando os senadores petistas a isolar o Partido e procurar outras siglas para ampliar o bloco.
A ideia dos petistas é buscar aliancas com pelo menos dois partidos de centro no Senado. Se isso se concretizar, dizem os analistas da política, Sérgio Petecão perde a primazia de ser o único dos três senadores do Acre afinado com o governo.
Um rompimento, a esta altura, seria fatal para quem precisa do governo para liberar emendas e para quem tem afilhados no governo federal, ainda que em cargos menores, a como é o caso de delegacias e superintendências de órgãos federais no Acre.