Samuel Rosa sobre urgência da indústria musical: “Não dá para ser bom”

Para o ex-vocalista do Skank, nenhum artista consegue entregar um bom trabalho “lançando música toda semana”

O cantor Samuel Rosa, ex-vocalista do Skank, criticou a pressão para artistas lançarem um alto volume de músicas em curto espaço de tempo. “Ninguém consegue ser bom compondo toda semana”, frisou o músico.

“Você precisa de viver coisas novas para você conseguir dar um refresh na sua carreira e compor algo que justifique o álbum novo. Caso contrário, vai ser mais do mesmo”, disse Rosa em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (27/6).

“Hoje tem um negócio do skip, as pessoas escutam música no TikTok. É tudo muito rápido, tudo muito frenético e muito ansioso. É uma urgência que não parte dos artistas, porque ninguém é fértil o tempo todo”, afirmou o músico.

Na avaliação de Samuel, é preciso fazer uma reciclagem das canções para aprimorar o material, já que a criação, na visão dele, é o viés mais nobre e mais difícil. O cantor, contudo, pontua que têm uma fragmentação benéfica no mercado em que há artistas “que trabalham um single por semana” e outros que “conduzem a carreira de forma mais moderada”.

“Eu não sei viver assim [com alto fluxo e pouco tempo de produção]. A minha carreira não foi feita assim”, afirmou.

“Eu não lanço um disco toda hora, eu não lanço o símbolo toda hora. Mas, em compensação, eu tenho a sensação de que, quando eu lanço alguma coisa, as pessoas têm atenção para aquilo. Porque dizem ‘pô, Samuel, não toda hora, né? Assim, ele não está atendendo essa urgência do mercado fonográfico hoje’”, explica.

Apesar das críticas ao formato do mercado fonográfico atual, o cantor acredita que “ainda consegue se conectar com as pessoas”.

Com mais de três décadas de carreira, Samuel lançou o primeiro projeto solo, o álbum Rosa, nesta quinta-feira (27/6), e se prepara para show em Brasília no sábado (29/6), no Fun Festival. “Eu fiz [este álbum] nos /modos que eu sei fazer música: com banda, compondo com pré-produção, a banda ensaia a música, e depois vai para o estúdio gravar aquilo que foi ensaiado”, relatou.

O cantor define o álbum como “mais brasileiro, em comparação aos últimos álbuns do Skank”. Tanto que o Rose foi gravado com banda em estúdio e há a previsão de ter um sessions com versões ao vivo das músicas.

Escute Rosa, primeiro álbum solo de Samuel Rosa

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