Três pessoas morreram na manhã desta terça-feira (11) durante uma operação da Polícia Militar no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Até a última atualização desta reportagem, eram 1 PM e outros 2 homens mortos. Outro PM foi atingido e levado para o hospital.
A PM informou que o militar que morreu era Jorge Galdino Cruz, do Bope, e que os demais mortos eram seguranças do tráfico que reagiram à chegada das equipes. Um vídeo mostra um dos confrontos.
A TV Globo apurou que um dos suspeitos é Francisco Jorge da Conceição de Freitas, o Divo, que trabalha para Zequinha, gerente do tráfico da Maré. O outro é conhecido por Digdum, guarda-costas de TH, “dono” da comunidade.
Em represália, bandidos também fecharam a Avenida Brasil, a Linha Vermelha e a Linha Amarela, três das vias expressas mais importantes do Rio. Todas vias foram liberadas por volta das 12h30.
Ao todo, 24 homens foram presos, sendo um deles menor de idade. Eles foram levados para a 21ª DP (Bonsucesso). Com eles, foram apreendidos três pistolas, onze fuzis, uma espingarda calibre 12, uma metralhadora anti-aérea e drogas.
Às 17h45, mais policiais do Bope entraram na comunidade e houve troca de tiros. A operação durava, então, cerca de 12 horas.
Um ônibus foi incendiado na Avenida Brasil, na altura da Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz). De acordo com o Rio Ônibus, a ação foi criminosa.
A Fiocruz colocou em ação um plano de contingência e emitiu um alerta para que os funcionários e colaboradores que estivessem dentro do prédio da instituição não saíssem das dependências por motivo de segurança.
Com os tiroteios, moradores não conseguiram sair de casa.
Segundo a PM, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Subsecretaria de Inteligência (SSI) e do 22° BPM tentavam prender criminosos escondidos na região.
Pelo menos 8 veículos que haviam sido roubados foram recuperados pelos PMs dentro das comunidades.
Um espaço usado para endolação de entorpecentes foi encontrado pelos policiais militares.
Serviços públicos
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio afirmou que o Centro Municipal de Saúde Vila do João e as Clínicas da Família (CF) Adib Jatene e CF Augusto Boal acionaram o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, interromperam o funcionamento.
A CF Jeremias Moraes da Silva mantinha o atendimento à população. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, foram suspensas.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação do Rio, 40 escolas do Complexo da Maré tiveram o funcionamento impactado.
Já a Secretaria Estadual de Educação afirmou que 2 escolas precisaram ser fechadas, impactando cerca de 900 estudantes do turno da manhã.